A CONVERSÃO SEMPRE É POSSÍVEL-Parte II

Os ateus dizem que Deus não existe, os agnósticos dizem que Deus não fala, mas os crentes dizem que Deus nunca se cala



Depois contou o caso de Etty Hillesum, uma jovem holandesa de origem judia que morreu em Auschwitz. Inicialmente distante de Deus, descobre-O olhando em profundidade dentro de si mesma e escreve: “Um poço muito profundo está dentro de mim. E Deus está nesse poço. Às vezes eu posso alcançá-lo, muitas vezes a pedra e a areia o cobrem: então Deus está sepultado. É preciso de novo que o desenterrem” (Diário, 97). Na sua vida dispersa e inquieta, encontra Deus em meio à grande tragédia do século XX, o Holocausto. Esta jovem frágil e insatisfeita, transfigurada pela fé, torna-se uma mulher cheia de amor e paz interior, capaz de dizer: “Vivo constantemente em intimidade com Deus”.

Outro caso que o Papa contou, mostra a capacidade de opor-se às atrações ideológicas do seu tempo para escolher a busca da verdade e abrir-se à descoberta da fé. É o que aconteceu com outra mulher do nosso tempo, a americana Dorothy Day. Em sua autobiografia, confessa abertamente ter caído na tentação de resolver tudo com a política, aderindo à proposta marxista: “Eu queria andar com os manifestantes, ir para a cadeia, escrever, influenciar os outros e deixar o meu sonho no mundo. Quanta ambição e quanta busca de mim mesma havia em tudo isso!”.

O caminho de fé em um ambiente tão secularizado era particularmente difícil, mas a Graça age da mesma maneira, como ela mesma ressalta: “É certo que eu senti muitas vezes a necessidade de ir à igreja, ajoelhar, curvar a cabeça em oração. Um instinto cego, poder-se-ia dizer, porque eu não estava consciente da oração. Mas eu ia, inseria-me na atmosfera da oração…” Deus a conduziu a uma consciente adesão à

Igreja, em uma vida dedicada aos menos favorecidos.
Um caso maravilhoso foi o de Felix Leseur. Um jornalista francês materialista e colaborador de jornais anticlericais, que tudo fez para extinguir a fé da esposa, Elizabeth Leseur; forçando-a a ler obras de autores racionalistas, como “As Origens do Cristianismo” e a “Vida de Jesus” de Ernest Renan.

Após a morte da esposa, o viúvo Felix descobriu o Diário deixado por ela: “Journal et Pensées pour chaque Jour” (Jornal e Pensamentos para cada dia). A leitura destas notas impressionou Félix Leseur, que resolveu mudar de vida; uma vez convertido, fez-se frade dominicano e tornou-se grande propagandista das obras de sua esposa: além do jornal publicado em Paris (1917), editou “Lettres sur la Souffrance” (Cartas a respeito do Sofrimento), Paris 1918; “La Vie Spirituelle” (A Vida Espiritual), Paris 1918; “Lettres à des Incroyants” (Cartas e Incrédulos), Paris 1922.

Este belo caso mostra que Deus age sempre quando a gente reza; mesmo que possa nos parecer que nossa oração não teve sucesso. Deus está sempre presente e ouve quando rezamos com fé, humildade e perseverança. Não esqueçamos que Ele é bom Pai e nos ama. Portanto, cabe a nós “orar sem cessar” (1Ts 5,17) e jamais desanimar; pois, mesmo após a nossa morte, Deus pode atender nosso pedido. A nós cabe rezar, a Ele dar a graça quando achar melhor. Seus caminhos não são os nossos.

Fonte: Aleteia

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