“NÃO DEIXAR FUGIR NENHUM SACRIFICIOZINHO…”

Veja como Santa Teresinha alegrava a Nosso Senhor:

A pratica do amor na Via da Infância Espiritual pode se resumir nesta fórmula:

“Fazei tudo para dar alegria a Deus, aproveitando ainda as menores ocasiões de oferecer a Jesus pequenos sacrifícios, sempre com alegria, delicadeza e grande generosidade”. Amar na via da Infância quer dizer, pois,

Fazer tudo para dar alegria a Deus até nas menores ocasiões. Oferecer a Deus com delicadeza e generosidade muitos sacrificiozinhos.

“Dar prazer a Deus” é uma formula delicada do amor de Teresinha. Quer dizer, procurar em tudo fazer mais a vontade de Deus que a nossa e ter em mira alegrar o Coração de Jesus e não o nosso; não procurar a satisfação de nosso amor próprio, se nossa sensualidade.

O que nos faz perder o mérito de tantas obras é a falta de pureza de intenção.

Nem sempre as fazemos por amor de Deus, mas por amor próprio, por capricho, por agradar às criaturas, enfim, para o nosso prazer.

Daí vem o fato tão comum de muitas almas não progredirem na virtude, fazendo, não obstante, muitas obras brilhantes, e sendo até dedicadas em extremo a estas mesmas obras em se boas, excelentes, e quem sabe até necessárias.

Na Via da Infância é preciso que a alma se esqueça e só procure fazer a vontade de Deus. Para isso, ela não irá procurar grandes obras, empresas difíceis e elevadas, não; basta-lhe fazer as ações ordinárias da vida, e não perder nenhuma, com um só ideal em todas elas: Dar prazer a Deus, cumprir a Sua santíssima Vontade em tudo e sempre.

“Se te queres tornar santa, escreveu Teresinha à sua irmã, é bem fácil: não tenhas senão um alvo: dar alegria a Jesus”. Esta é a preocupação das almas pequeninas.

“Conservei-me sempre pequenina, não tendo outra ocupação senão a de colher flores, flores de amor e sacrifício, e de oferecê-las ao bom Deus para sua alegria”, disse a nossa santinha nos últimos dias de sua vida terrestre.

Purificando a nossa intenção desta maneira tão bela e simples, transformaremos todas as ações de nossa vida, ainda as mais ordinárias, em outros tantos atos de amor, e então viveremos de amor.

Lembremo-nos que esta foi a vida da Sagrada Família, em Nazaré, vida oculta, humilde, ordinária, santificada por Jesus, Maria e José, que só tinham este desejo e esta vontade: “fazer em tudo a Vontade do Pai Celeste”.

Não percamos o nosso tempo, aproveitemos tudo o que fizermos para dar alegria a Deus.

Nada devemos perder. Nossas ações quotidianas como levantar-se, trabalhar, comer, recrear-se;nossos sofrimentos, tudo isto podemos transformar em atos de amor, se tivermos a reta e delicada intenção de em tudo dar prazer a Deus, fazer a sua santa vontade e não a nossa.

Cumprir a vontade de Deus é amá-lo; cumpri-la em tudo, até nas menores coisinhas, é amá-lo muito; cumpri-la com alegria e sentindo-se feliz em sacrificar-se por isto, é amá-lo com delicadeza e generosidade. Tal é o amor de Teresinha e o das almas pequeninas que a seguem.

Toda a prática do amor na Via da Infância está nesta sublime passagem da “História de
uma Alma”:

“Como hei de testemunhar o meu amor, se o amor se prova pelas obras? – Pois bem! A criancinha há de espalhar flores… Há de com seus perfumes embalsamar o trono divino e com a sua voz argentina há de cantar o hino do amor!

Sim, o Amor de minha alma, assim é que a minha vida efêmera se consumirá da
vossa presença.

Não disponho de outro meio para vos provar o meu amor, senão espargindo flores, isto é, esmerando-me em não deixar fugir nenhum sacrificiozinho, nenhum olhar, nenhuma palavra, fazendo aproveitar até as mais insignificantes ações, e empenhando-me nelas por vosso amor.

Quero sofrer por amor e até me deleitar por amor; assim hei de derramar flores. Nenhuma acharei que não desfolhe por vós… e hei de cantar sempre, nem que seja obrigada a colher minhas rosas entre espinhos; e tanto mais melodioso será meu canto, quanto mais crescidos e pungentes forem estes espinhos.”

Eis aí o amor generoso que colhe flores de pequenos sacrifícios e as asperge junto ao trono de Deus; e sempre alegre, canta no meio dos sofrimentos, entre os espinhos da dor.

Essas flores de sacrifícios, não as encontramos a cada passo da vida. São as dores morais, o peso do cumprimento dos nossos deveres, as doenças e estas ocasiões em que sempre temos de sacrificar o nosso amor próprio e o nosso coração.

Oh! Sejamos generosos e ofereçamos estas flores tão belas a Jesus. Não as deixemos murchar ao sol de nossa impaciência.

Colhamo-las ainda mesmo que custe (entre espinhos), e alegres, resignados à santa vontade de Deus, vamos oferecê-las a Jesus. Ah! Se as almas que sofrem soubessem amar como Teresinha, como seriam felizes!

Fonte: retirado do livro “A Via da Infância Espiritual na Escola de Santa Teresinha” de Mons. Ascânio Brandão.

Fonte: Associação Apostolado do Sagrado Coração

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