OS ANJOS E OS HOMENS–conheça mais sobre a nossa relação com os Anjos!

(…) Mais de uma vez, embora menos frequentemente do que se pode imaginar, São Miguel, chefe das Milícias Celestes, ajuda guerreiros cristãos a triunfar no campo de batalha.

Aliás, São Miguel tem, na Europa Ocidental, dois grandes santuários onde os reis e os povos iam em peregrinação, da mesma forma que ao túmulo dos Apóstolos.

O Monte Gárgano, no sul da Itália, e o Monte São Miguel, nas costas da Normandia, foram, desde a Alta Idade Média, verdadeiros santuários angélicos. Acreditava-se que o Príncipe celeste distribuía, nesses sítios, seus favores e aí recebia o peregrino com toda nobre graciosidade de um poderoso senhor.

Se examinarmos as outras angelofanias, século por século, somos tomados por grande admiração pela sua sobriedade e seu caráter humano muito acentuados.

Jamais, salvo raras exceções, encontraremos no decurso da História aspecto aterrorizante nas manifestações dos anjos, da mesma forma que não vemos os anjos tomarem, ostensivamente, parte nas lutas do povo cristão.

Mesmo as cruzadas, que teriam sido propícia ocasião para uma brilhante intervenção do Exército Celeste, são notavelmente mudas a respeito de feitos tão gloriosos.

De tempos em tempos, um grupo perdido de cruzados, sedentos e desencorajados, é tirado de um deserto sem saída por um misterioso estrangeiro, que desaparece, uma vez passado o perigo.

No conjunto, contudo, o mistério dos anjos, tal como descrito na história da Igreja, assume caráter bem mais privado, íntimo mesmo.

Os anjos vêm consolar os mártires nas prisões e curam suas feridas como bons samaritanos. Cuidam dos corpos dos heróis cristãos, expostos pelos carrascos a vergonhoso abandono.

São os anjos que alimentam os eremitas e indicam aos primeiros legisladores monásticos o que é sábio e o que é excesso de ascetismo cristão. São os anjos que ajudam o solitário a triunfar sobre a solidão habitada pelo demônio.

São eles ainda que previnem da morte próxima alguns servidores de Deus, retirados do mundo. São os anjos, enfim, que transportam para o Céu a alma de alguns santos.

Desde os primórdios da história eclesiástica, vemos os anjos intimamente associados ao Mistério Eucarístico. Assistem eles de forma visível ao Santo Sacrifício da Missa. Levam o Sacramento do Corpo do Senhor a cristãos solitários que, sem isso, teriam ficado privados desse alimento celeste.

E, coisa ainda mais admirável, no coração mesmo do católico, em uma comunidade religiosa, vê-se um Anjo levar a Santa Comunhão a uma alma privilegiada como marca e especial favor. Santo Isidoro, o lavrador, é ajudado em seu humilde trabalho por anjos que se tornam seus companheiros de labor.

É um anjo igualmente, que cinge os rins de São Tomás de Aquino com o misterioso sinto da perfeita castidade, fato absolutamente à parte na vida de grande doutor, porque não foi vista nenhuma inteligência celeste soprar-lhe nos ouvidos os segredos da teologia católica: o mistério angélico, é, para ele, de natureza muito mais íntima e pessoal.

Santa Francisca Romana é favorecida pela constante visão de um anjo, cujas atenções pela sua protegida são extremamente delicadas, tano no espiritual como no temporal.

Santa Teresa viu os anjos conduzirem, como em triunfo, o corpo virginal de uma de suas religiosas falecidas, e Santo Estanislau Kotska, preso na casa de um herege em Viena, recebe o Santo Viático da Mão de um anjo.

É um anjo ainda quem leva ao enfermeiro de São Felipe Neri o pedaço de açúcar, permitindo dar ao santo o remédio de que tanto necessitava.

Muito frequentemente, em mais de uma abadia medieval, foram ouvidos anjos alternando com os monges na salmodia divina, quando estes necessitavam de encorajamento, durante a penosa vigília de uma fria noite de inverno.

Tais são as angelofanias características encontradas na história da Igreja. Há aí, em todos os tempos, uma doce uniformidade.

Não é, pois, admissível dizer-se que os anjos atravessam, entreabrindo o véu do mistério e se manifestam, não para assustar os cristãos e dominá-los, mas para sorrir-lhes com o sorriso de amor e da compaixão?

Fonte:  ”Os Anjos” – Dom Vonier, abade de Buckfast.

Fonte: Associação Devotos de Fátima

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