TEOLOGIA DA FELICIDADE TERRENA


Hoje vivemos a "teologia da felicidade terrena", pela qual devemos abominar todo tipo de dor, sofrimento, doença, tribulação, contrariedade, compromisso e até a idade que avança: a velhice. O slogan dos protestantes "pare de sofrer" contaminou a sociedade toda, embora essa teologia não parta necessariamente deles. Hoje é proibido sofrer! Essa diabólica teologia tocou todas as relações: os casamentos fracassam porque ninguém mais é obrigado a suportar desaforos do outro: "se não é feliz, separe-se!". E vem todo o resto: "É melhor para os filhos verem os pais separados e felizes do que juntos e infelizes, brigando". O que já se sabe que é infundado e, pelo contrário, os especialistas começam a "descobrir" que o melhor é o contrário, porque os filhos precisam dos pais juntos. O melhor mesmo é cultivar a harmonia no lar, mas como se cada um precisa ser feliz e essa felicidade é individualista e egoísta? porque é "preciso respeitar a individualidade e a privacidade" do outro, como se não fossem um, mas dois. Mas não é isso que Deus ensinou pela Igreja! E a velhice? Para os "modernos" envelhecer é... um absurdo, quase antinatural! E dai que se gastam bilhões descobrindo novos cremes, novas plásticas, novos remédios para tolamente parar o tempo, quiçá alcançar a imortalidade!!! A velhice é a glória do homem na terra, porque é quando colhe os frutos terrenos de seu bem viver. É quando desfruta do que plantou, tendo ao redor de si os filhos e os netos que Deus lhe mandou. Mas hoje os filhos e os netos foram deliberadamente afastados dos mais velhos, porque eles precisam ser independentes e distantes... para serem felizes. E segregaram os velhos em redutos "para a melhor idade", porque assim "serão mais felizes" com pessoas da idade deles... E a quem passarão as experiências da vida nesse ciclo que Deus mesmo estabeleceu?

E a doença então? Eu tremo quando ouço gente que teve que cuidar de um doente crônico dizer: "se eu tiver isso um dia, me ponham num asilo, porque não quero dar trabalho para ninguém!"... E o trabalho que deu a teus pais, criatura? Não vai devolver na velhice ou na doença? E o viver "fratres in unum" - em comunidade como irmãos - um ajudando e amparado o outro que mais precisa naquele momento? E a caridade, a primeira das virtudes? E a compaixão? E a vontade de Deus? Sim, porque sendo vontade de Deus o que nos acontece... rebelar-se a ela é rebelar-se a Deus. Se um mal nos acontece, é porque Deus quis nos avisar de um mal caminho que estávamos percorrendo, ou quis nos testar em nossa fé, ou quis mesmo nos castigar aqui na terra para que não sejamos castigados no Inferno. Nunca devemos perguntar "porque eu?", mas devemos sempre dizer como Maria Santíssima: "fiat!".

Enfim, essa teologia que de "teós" não tem nada, destruiu a família e a sociedade, porque, em busca dessa felicidade eterna terrena que não existe, as pessoas sacrificam tudo e todo, passam por cima de tudo e de todos, e continuam... infelizes, sofrendo, sozinhos e amargurados. Parece um vício.

Não sei se a minha doença é pior que a sua, nem devemos pensar nisso meu amigo! Concentre-se no amor que Deus tem por você e no que Ele exatamente quer de você. Se for aviso, teste ou castigo, somente a tua consciência pode dizer. E o dirá, se silenciar e ouvir.

É lícito pedir a cura, mas não é necessário. Basta pedirmos forças para suportar a tempestade de hoje, porque devemos viver um dia de cada vez. A boa notícia é que o dia sempre vem, por mais escura que seja a noite; a tempestade sempre passa, por mais avassaladora que seja; a dor sempre acaba, por mais intensa que seja... basta confiar nAquele que comanda o Universo.

Tudo na graça de Nosso Senhor.

Giulia

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