“CONFIANÇA! NÃO TEMAS!” - Parte II

Este texto vai aumentar a SUA confiança em Deus



A outras almas falta a fé…
A outras almas falta a fé. Elas têm certamente essa fé comum, sem a qual trairiam a graça do Batismo. Creem que Nosso Senhor é todo-poderoso, bom e fiel a suas promessas; mas não sabem aplicar essa crença às suas necessidades particulares.

Não são dominadas pela convicção irresistível de que Deus, atento às suas provações, para elas Se volve a fim de socorrê-las.

Jesus Cristo pede-nos, no entanto, essa fé especial e concreta. Ele a exigia outrora como condição indispensável dos seus milagres; espera-a ainda de nós, antes de nos conceder os seus benefícios…
Se podes crer, tudo é possível àquele que crê”, dizia ao pai do pequenino possesso. E, no convento de Paray-le-Monial, empregando quase os mesmos termos, repetia a Santa Margarida Maria: “Se puderes crer, verás o poder do meu Coração na magnificência do meu amor…”.
Podeis crer? Podereis chegar a esta certeza tão forte que nada a abala, tão clara que equivale à evidência? Isso é tudo. Quando chegardes a esse grau de confiança vereis maravilhas realizaram-se em vós…

Pedi ao Mestre Divino que aumente a vossa fé. Repeti-Lhe com frequência a prece do Evangelho: “Eu creio, Senhor, mas ajudai a minha incredulidade”…

Esta desconfiança de Deus lhes é muito prejudicial
A desconfiança, sejam quais forem suas causas, nos traz prejuízo, privando-nos de grandes bens.
Quando São Pedro, saltando da barca, se lançou ao encontro do Salvador, caminhou, a princípio, com firmeza sobre as ondas. Soprava o vento com violência. As vagas ora levantam-se em turbilhões furiosos ora cavavam no mar abismos profundos…
A voragem abria-se diante do Apóstolo. Pedro tremeu… hesitou um segundo, e, logo, começou a afundar… Homem de pouca fé, disse-lhe Jesus, por que duvidaste?”

Eis a nossa história. Nos momentos de fervor, ficarmos tranquilos e recolhidos ao pé do Mestre. Vindo a tempestade, o perigo absorve a nossa atenção. Desviamos então os olhares de Nosso Senhor para fitá-los ansiosamente sobre os nossos sofrimentos e perigos. Hesitamos… e afundamos logo!

Assalta-nos a tentação. O dever se nos torna enfadonho, a sua austeridade nos repugna, o seu peso nos oprime. Imaginações perturbadoras nos perseguem. A tormenta ruge na inteligência, na sensibilidade, na carne…

E perdemos pé; caímos no pecado, caímos no desânimo, mais pernicioso do que a própria falta. Almas sem confiança, por que duvidamos?

A provação nos assalta de mil maneiras. Ora os negócios temporais periclitam, o futuro material nos inquieta. Ora a maldade ataca-nos a reputação.

A morte quebra os laços de afeições das mais legítimas e carinhosas. Esquecemos, então, o cuidado maternal que tem para nós a Providência… Murmuramos, revoltamo-nos, aumentamos assim as dificuldades e o travo doloroso do nosso infortúnio.
Almas sem confiança, por que duvidamos?

Se nos tivéssemos apegado ao divino Mestre com uma confiança tanto maior quanto mais desesperada parecesse a situação, nenhum mal desta nos adviria…

Teríamos caminhado calmamente sobre as ondas; teríamos chegado, sem tropeços, ao golfo tranquilo e seguro, e, breve, teríamos achado a plaga hospitaleira que a luz do Céu ilumina…
Os santos lutaram com as mesmas dificuldades… muitos dentre eles cometeram as mesmas faltas. Mas estes, ao menos, não duvidaram…
Ergueram-se sem tardanças, mais humildes após a queda, não contando, desde então, senão com o socorro do Alto…

Conservaram no coração a certeza absoluta de que, apoiados em Deus, tudo poderiam. Não foram iludidos nessa confiança!

Tornais-vos, pois, almas confiantes. Nosso Senhor a isso vos convida; e o vosso interesse assim o exige. Tornar-vos-eis, ao mesmo tempo, almas iluminadas, almas de paz.


Fonte: retirado do “Livro da Confiança” do Rev. Pe. Thomas de Saint-Laurent.
























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