ARMADURA DO CRISTÃO

 

INTRODUÇÃO


"Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé" (II. Timóteo 4:7).


Efésios 6: 10-17 Paulo expressa, nesta passagem, o equipamento que o cristão necessita: toda a armadura de Deus. Nenhuma parte da armadura pode ser omitida, pois o adversário de nossas almas sabe como tomar partido de qualquer debilidade.
Por que devemos vestir a armadura de Deus? Porque a nossa luta não é apenas contra adversários humanos (6:12), mas a nossa luta é contra forças mais poderosas, as forças espirituais do mal, forças aguerridas e muito bem organizadas. O inimigo é tremendamente perigoso, hábil, inteligente, perseverante, incansável e capaz de usar todos os artifícios que debilitam as resistência de quem, contra ele, tente lutar. Portanto: 1. Fortalecei-vos - Não são precisas novas forças, mas sim, saber usar as que já possuímos, fortalecendo-nos no Senhor. Não devemos confiar nas nossas forças, mas na força do seu poder.

 2. Revesti-vos - Para que possamos resistir ao inimigo, no dia-a-dia, temos de nos revestir de toda a armadura de Deus. Esta armadura é fornecida por Deus, mas o cristão precisa revestir-se dela. Há recursos ao nosso alcance, mas temos de lançar mão deles. Deus faz a sua parte; o cristão precisa de fazer a dele.

3.Toda a armadura - Não apenas algumas peças, mas toda a armadura. Todo o corpo, de cima até a baixo, deve estar resguardado do perigo que surge repentinamente em nossas vidas. A ordem de Paulo "tomai" é que nos apropriemos do poder espiritual a nós fornecido. Vamos estudar, uma a uma, todas as peças que constituem a Armadura do Cristão, com o propósito de que cada crente possa conhecer as armas que o Senhor Jesus coloca ao seu dispor para a luta contra Satanás, usá-las e sair vencedor quando for tentado pelo maligno.

O CINTO DA VERDADE
"Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade" Efésios 6:14 A primeira peça com que nos devemos equipar, que Paulo menciona, é O Cinto da Verdade, e que, na maioria das vezes, aquela à qual damos menos importância. Descrevendo a armadura, Paulo começa pelo Cinturão, que, ao armar-se, o combatente colocava em torno da cintura, e era não só útil para apertar a armadura em volta do corpo, mas também para sustentar as adagas, as espadas curtas ou quaisquer outras armas que ali pudessem ser penduradas. Tinha funções meramente defensivas. Era de couro, recoberto com placas de metal, para manter o corpo direito e firme. Ao afivelar o cinto, o soldado recebia uma sensação de força e de confiança escondidas. A Verdade deve ser a primeira peça da Armadura de Deus, de que o cristão se deve revestir. Em sua primeira Epístola (1:13), Pedro diz: "Cingindo os lombos do vosso entendimento" e Paulo aqui indica o meio: O Cinto da Verdade.
Aqui, Verdade, quer dizer "sinceridade" e "honestidade" para com Deus e os homens. Não deixa de ser curioso que os amantes da verdade são objeto de risota dos que gostam de viver na simulação e na mentira.
O cidadão "honesto" é tido por aqueles que procuram "levar vantagem" à custa de golpes de habilidade, de engodos, de iscas, etc.. Ninguém deve pensar que está livre de perigo. O que o diabo abomina é a verdade transparente. Ele ama as trevas. A luz o põe em fuga. Cada um deve aspirar a ser um exemplo, um modelo em tudo o que concerne à verdade e à lealdade, tendo em seus lombos "a verdade por cinto". Por esta razão é indispensável ao cristão o Cinto que o apóstolo Paulo fala: o Cinto da Verdade. Ninguém está livre de o perigo lhe bater à porta. Com os lombos cingidos com a verdade (6:14), o cristão está pronto para o combate. Com o Cinto da Verdade frouxo, jamais poderá o crente estar preparado para enfrentar o perigo. Ao ajustar o Cinto da Verdade, o cristão está dando o primeiro passo na sua preparação para a luta constante contra o maligno. O apóstolo Paulo exorta: "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, e se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai" (Filipenses 4:8). Assim como o cinto, do qual pendia a espada, saía da túnica do soldado, e lhe dava liberdade de movimentos, assim, também, o cristão se move livre e rapidamente porque em qualquer situação conhece a Verdade.

  • Como manter o Cinto apertado?

    a) Falando sempre a Verdade (Zacarias 8:16; Actos 16:25).
  • b) Deixando a mentira (Efésios 4:25).

    c) Falando a Verdade com ousadia (II Timóteo 1:8; 2:25; Actos 4:33.

    d) Falando com espiritualidade (Atos 6:10).

    e) Não usando a verdade com violência (Zacarias 4:6).

    f) Usando sempre a Palavra quer ofensiva quer defensivamente (II Coríntios 6:7).

  • Qual a razão porque devemos ter o Cinto bem apertado?
    O mundo despreza a Verdade, mas há sempre alguns que a buscam. São os crentes. Que sejamos cada um de nós.


A COURAÇA DA JUSTIÇA
"Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça" Efésios 6:14 A Couraça da Justiça é a segunda peça que o apóstolo Paulo nos apresenta. Descrevendo a armadura, Paulo não podia esquecer esta peça inteiriça que cobria o tronco, protegendo as partes vitais do combatente. Era feita de couro, linho ou bronze, recoberta de escamas que permitiam a liberdade de movimentos. Algumas, um pouco mais custosas e delicadas, eram feitas de malhas de aço. Geralmente consistia de duas partes, ligadas entre si por tiras de couro ou tiras de metal, por cima dos ombros, amarradas na parte da frente, havendo também articulações nos lados. Uma delas cobria a região inteira do peito, a parte frontal do tórax, e a parte superior do abdómen, protegendo os órgãos principais da vida, ali contidos. E a outra parte cobria uma parte das costas. "Porque se revestiu de justiça, como de uma couraça...", bem assim como de II Coríntios 6:7, às "armas da justiça, à direita e à esquerda". Desta forma, a couraça do cristão pode ser a "justiça de carácter e de conduta", a retidão. Assim como cultivar a "verdade" é a maneira de derrubar os enganos do diabo, assim, também, cultivar a "justiça", neste sentido, é a maneira de resistir às suas tentações.
No combate contra o inimigo das nossas almas, não podemos permitir o sentimentalismo, a menor fraqueza perante o inimigo. Nosso amor a Deus e aos nossos irmãos deve ser protegido para ficar livre e puro de todo o sentimento estranho. A Couraça da Justiça é, para o combatente cristão, proteção e resguardo. Os ataques do inimigo são insidiosos e traiçoeiros, como bem lembra o apóstolo Pedro: "O diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (I Pedro 5:8). O cristão precisa possuir uma integridade pessoal sã. Não deve ser hipócrita, tendo duas caras. Infelizmente, o que se vê hoje nalguns cristãos é bem diferente: compromisso com o mal, resistência às exigências do Senhor, infidelidade em nome do que se chama "caridade", concessões feitas ao mundo e ao espírito do século presente. O crente não pode permitir a menor fraqueza diante do inimigo. Nosso amor a Deus e a todos deve ser protegido. Para que haja vitória é preciso que o coração esteja bem guardado, permitindo que a pureza interior nos domine. Não devemos permitir que o inimigo nos atinja os delicados sentimentos da vida espiritual. As armas de Satanás são muito perigosas: tentações, associação de ideias, provocações, desafios, mentiras, meias-verdades, calúnias, hipocrisias, falsas amizades, religiosidade aparente. Não nos esqueçamos que ele é o "pai da mentira, que mente desde o princípio" (João 8:44). É por isso que Paulo recomenda: "Aquele que cuida estar em pé, olhe não caia" (I Coríntios 10:12).
Trazer a Couraça da Justiça, ser exercitado pela Palavra da Justiça para discernir tanto o bem como o mal, será a melhor proteção para o coração no combate diário (Hebreus 5:14). Assim, pois, a perfeição da natureza moral de Deus é o próprio alvo da vida cristã (Mateus 5:48), e o processo que nos faz avançar nessa direção é o da santificação, que nos serve de proteção contra todos os males que fazem guerra contra a nossa alma.


O CALÇADO DA PAZ
"... e calçados os pés na preparação do evangelho da paz" Efésios 6:15 O apóstolo Paulo fala-nos agora de paz, ao mencionar o calçado. Paulo tem em mente a "cáliga" (meia bota) do soldado romano, que era feita de couro, deixava os dedos dos pés livres, tinha solas cravejadas de taxas, assim como, hoje, com o mesmo fim também as têm as botas de futebol, para que o soldado não escorregasse quando em luta. Era fixa nos calcanhares e nas canelas com tiras de couro mais ou menos ornamentais que subiam até ao joelho. Este calçado era o símbolo de que alguém está equipado para a marcha. O soldado usava, também, umas "grevas", que serviam para proteger as canelas, isto é, do joelho para baixo, e com frequência com uma extensão de couro que também protegia o pé. As sandálias eram o sinal de que alguém estava equipado e preparado para longas marchas. Os sapatos de campanha são próprios para todos os terrenos e ocasiões. Bem calçado, o soldado pode adaptar-se a todas as circunstâncias. Pode trilhar os caminhos dos prados, que ficam perto de águas mansas, pode caminhar por cima de rochas cheias de pontas, pelos trilhos da montanha. O calçado apropriado garante a firmeza e facilita a mobilidade do guerreiro. São próprios para todo o terreno, ocasiões e adaptáveis a todas as circunstâncias.
Pés bem equipados significam prontidão no serviço. Também o cristão precisa de estar bem calçado, pois o reino de Deus não vem sem esforços prolongados e dolorosos.
Evangelho da Paz é a expressão de alto sentido, chamando a atenção para a reconciliação do homem com Deus, de Deus com o homem e do homem com o homem. A evangelização é obra apaziguadora para ser realizada com espírito pacífico. E com urgência. A palavra "preparação" significa estar pronto a partir; mente e coração preparados para a grande e extraordinária tarefa. De qualquer maneira, o diabo odeia o evangelho por ser o "poder de Deus" para salvar as pessoas da sua tiranias satânica. Por isto, precisamos conservar bem presos nossos sapatos do Evangelho. Além disso, o soldado identifica-se a tal ponto com sua mensagem de paz que seu testemunho é sempre eficaz. Na luta do cristão, o objetivo não é só a derrota do maligno. O lado positivo consiste em levar aos homens as boas novas da paz: Paz com Deus, com os homens e paz dos homens entre si.

  • Por que o cristão deve usar o Calçado da Paz?

Temos três ideias:

a) O cristão já alcançou a paz com Deus e pode viver tranquilo neste mundo perturbado.

 b) O cristão é anunciador da paz, levando outros a encontrarem a paz com Deus (Isaías 52:7).

c) Assim como os pés são o sustentáculo do corpo, a paz com Deus sustenta o cristão na luta contra o mal. Paulo, ao escrever "quão formosos os pés dos que anunciam a paz" (Romanos 10:15), exorta-nos a anunciarmos a mensagem da paz em toda a parte, pois a alegria do evangelho não mede distâncias. Zacarias orou a Deus, e pediu: "dirige os nossos pés pelo caminho da paz" (Lucas 1:79). Deus é o Autor da Paz (Salmo 147:14; Isaías 45:7; I Coríntios 14:33). Os nossos pés são aquele órgão que leva o mensageiro aos lugares onde ele deve anunciar a mensagem do estabelecimento da paz com Deus, o Pai celeste, bem como do estabelecimento da concórdia com os homens, pois "Cristo é a nossa paz" (Efésios 2:14). Assim, as botas do soldado cristão são a preparação do evangelho da paz (6:15). Preparação, significa prontidão, preparo ou firmeza. Não pode haver dúvida de que sempre devemos estar prontos para dar testemunho de Jesus Cristo, como pacificador da parte de Deus (Efésios 2:14-15), e também como Paulo refere, dar respostas graciosas, temperadas com sal a perguntas que os de fora nos fazem (Efésios 2:17).

O ESCUDO DA FÉ
"... tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno". Efésios 6:16 O Escudo era uma arma de tremenda importância defensiva nas lutas do passado. Sob ela o soldado se ocultava e protegia dos ataques inimigos. Paulo, ao referir-se ao Escudo da Fé, sabe que a fé recebe um lugar de importância na luta do cristão. É que a Justiça derrota Satanás, pois ele não é justiça. Ele é injusto, perverso, mau, cheio de trevas (João 8:44; 13:2; I João 3:8). A fé se traduz em coragem tranquila e se mostra em ação decisiva como ocorreu com o jovem e pequeno Davi ao enfrentar o gigante Golias. Confiando no Senhor dos Exércitos, o lutador cristão entrega-se, sem receio e sem medo, ao invencível poder de Deus e cumpre a sua missão por mais difícil que possa parecer. Pode parecer derrotado, mas sabe que sua derrota é aparente como a do seu Senhor Jesus, para quem a cruz deixou de ser derrota para ser vitória. O apóstolo João, em letras de fogo, escreveu estas palavras: "Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé" (I João 5:4). O Escudo é Fé e quer dizer confiança plena, total e tranquila no poder de Deus, ainda que não saibamos o que Ele vai fazer em nossas vidas. O Escudo da Fé, que usamos, é bastante grande para nos proteger. Com ele temos confiança pessoal no poder, na graça e na misericórdia de Deus. O autor de Hebreus (11:6) diz que "sem fé é impossível agradar a Deus".
Os antigos usavam a flecha para os seus inimigos, perfurando-lhes a armadura e causando-lhes a morte. As flechas, ou dardos, tinham numa das extremidades uma mecha embebida em alcatrão a arder, de modo que as roupas se incendiassem, obrigando o soldado a tirar a armadura e a ficar indefeso. Outras vezes, as setas eram portadoras de veneno fortemente mortífero, a fim de eliminar o adversário. O apóstolo Paulo sabia que as ciladas do diabo incluíam esses dardos inflamados. Esses dardos do diabo sem dúvida incluem suas acusações maliciosas que inflamam a nossa consciência.
Outros dados são os indesejados pensamentos da dúvida e da desobediência, da rebeldia, da concupiscência, da malícia, do medo, das línguas dos homens que agem como flechas, como as setas da impureza, do egoísmo, da dúvida, do desapontamento, e das mais variadas formas, como tentações, experiências difíceis e sucessivas, desânimo, provações, ameaças, dificuldades e, às vezes, facilidades, que são planejadas pelo inimigo com o intuito de queimar e destruir. As armas que o maligno usa são chamadas dardos inflamados, porque doem, não em nossos corpos mas em nossos espíritos. O cristão está sujeito a ser alvo, de todos os lados, das mais diversas qualidades de flechas: umas, mortais e destruidoras (Provérbios 26:8); outras, envenenadas (Jó 6:4). Há, porém, um Escudo com o qual podemos apagar ou extinguir todos esses dardos com pontas de fogo. É o Escudo da Fé. O próprio Deus é "escudo para os que n’Ele confiam" (Provérbios 30:5). O Escudo da Fé dá-nos confiança, pois revestidos do novo homem recebemos de Deus a Verdade (Efésios 4:24) e ajuda-nos a repudiar a auto-justificação, quando nos elogiamos a nós próprios (Isaías 64:6). Durante a sua vida, o cristão está sempre lutando contra o maligno, Satanás. O apóstolo Paulo exorta-nos a lutarmos com toda a coragem, pois o Diabo não pode mais do que nós. Embora a tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada nos procurem separar do amor de Cristo, não o conseguirão, porque em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou (Romanos 8:35, 37).


O CAPACETE DA SALVAÇÃO
"Tomai também o capacete da salvação..."
Efésios 6:17 Chegamos agora à quinta peça da Armadura do Cristão: o Capacete da Salvação, e com ela Paulo conclui a descrição das armas defensivas. Certamente o apóstolo Paulo estava a referir-se a Isaías 59:17, que retrata o Messias protegido com um capacete, ao lançar-se em sua missão para derrotar os adversários do seu povo. O capacete do soldado era, quase sempre oferta do seu comandante ou de uma pessoa amada. Servia para proteger a sua cabeça e a conservar direita, uma vez ser esta a parte mais vulnerável e vital do corpo (I Samuel 17:5, 38). Como soldado que luta pelo reino de Deus, olhando o inimigo face-a-face, o cristão sabe que, usando o capacete da salvação, está protegido contra a rendição intelectual, contra as dúvidas racionalistas, e que o emocionalismo religioso não é menos perigoso, pois o estado emocional impressiona favoravelmente e estabelece o clima da religiosidade aparente. A partir de agora podemos observar a mudança do verbo "vestir" para "tomar". Todas as peças da Armadura eram colocadas no chão, peça por peça, e o soldado ia colocando as diversas peças de seu equipamento. Mas, agora, já protegido inteiramente, lhe é entregue tanto o capacete como a espada, por seu escudeiro. Este simbolismo é apropriado para mostrar a salvação e a presença interior do Espírito Santo.
Um homem não toma e se veste das realidades espirituais, antes, as recebe da parte de Deus, como se não pudesse fazê-lo com suas próprias forças. A Salvação é um dom gratuito, recebido da parte do Senhor Deus. Capacete, ao cobrir a cabeça, protege, pois, os pensamentos evitando que eles se tornem facilmente o instrumento de um coração mau, e faz que os mesmos sejam controlados e submetidos à obediência de Cristo para ser o canal de seus pensamentos (2 Co. 10:5).
O alvo de Satanás é a nossa mente. Suas armas são as suas mentiras subtis e inteligentes (Gn.3:1-7; Jô. 8:44; RO. 1:25). A cabeça é um dos órgãos mais vulneráveis do homem. Se a cabeça sofrer lesões graves, todo o corpo começa a funcionar de forma irregular. Apesar da espessa camada óssea do crânio, a cabeça é uma região muito sensível, reclamando cuidadosa proteção.
Tudo em nós, ou quase tudo, depende da cabeça. Diz o povo, que "quando a cabeça não presta o corpo inteiro sofre". Uma pancada na cabeça, mesmo sem quebrar ou ferir, pode pôr o combatente fora de combate ou deixá-lo à mercê do inimigo. A cabeça é controle, domínio, orientação, visão, audição, decisão. Se ela falhar tudo o mais está sujeito a falhar também. No campo espiritual sucede o mesmo. Se Satanás consegue prender a nossa mente, com mentiras, passa a exercer controle e a destruir a pessoa por inteiro.
Se a mente se esvai, tudo se esvai. Deus não concedeu o Capacete da Salvação; nós devemos tomá-lo. Não podemos admitir passivamente a nossa salvação, mas sem temor devemos aceitar o Senhor Jesus, aceitando a Sua mente, Sua Palavra, Seu poder e Sua presença.

A ESPADA DO ESPÍRITO
"Tomai (...) a espada do Espírito, que é a palavra de Deus" Efésios 6:17 A Espada está em último lugar na relação das peças da armadura. Por que será? Por um único motivo: não estaremos prontos para empregar a nossa arma de ataque contra o reino de Satanás sem que todas as demais peças da armadura estejam no devido lugar. Não deixa de ser curioso que, tendo o apóstolo apresentado várias peças da Armadura, indique apenas uma arma, a Palavra de Deus. De todas as peças da Armadura, a Espada é a única que pode claramente ser usada tanto para a defesa quanto para o ataque. Assim, ao combatente cristão se oferece apenas uma arma: A Espada do Espírito. No entanto, está claro que, quem tal arma possui, pode dispensar quaisquer outras. Na mão do guerreiro está uma Espada. Ela lhe serve para a defesa própria e com ela procura aniquilar o inimigo. O cristão tem, como espada, a Palavra de Deus. É a "Espada do Espírito", que o torna invencível. O crente precisa conhecer a sua Bíblia e saber usá-la, tanto para atacar as artimanhas de Satanás, como para se defender das suas setas inflamadas (Colossenses 1:9-10). Vale a pena observar que, ao ser tentado, Jesus fez frente ao Diabo citando a Palavra de Deus. E foi essa a única arma que o Mestre usou do princípio ao fim da tentação. Convém notar que o Diabo mostrou conhecer as Escrituras, embora sua citações fossem distorcidas, atendendo à sua conveniência. É que faltavam ao Diabo a habilidade e a honestidade no uso da Escritura. Jesus sabia, como ninguém, manejar com perícia a Espada do Espírito. Ele é perito e astuto nesse sentido (Lucas 8:3; 4:12-13; Deuteronómio 6:16; 8:3). Jesus, quando assaltado por Satanás, usou-a para fazer frustrar os ardis do Tentador (Lucas 4:1-13). Em resposta aos ataques do inimigo, Ele sempre disse: "Está escrito... Está escrito... Também está escrito" (Mateus 4:1-11). A Palavra de Deus, é uma verdadeira lâmina cortante. O seu brilho nas trevas do presente ilumina as idades. O seu gume separa as coisas que não devem permanecer naturalmente unidas. Penetra até o âmago os negócios humanos. Corta os nós górdios e rasga as máscaras da falsidade (Hebreus 4:12). O exemplo de Jesus é para ser usado por seus seguidores da forma que Paulo recomendava a Timóteo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro... que maneja bem a palavra da verdade" (I Timóteo 2:15). Armado da Espada do Espírito, o cristão abre caminho pelo meio da confusão das circunstâncias. Interessado somente com o que o Senhor Deus disse e mandou que ele falasse, fixa os pés no chão sem desfalecer, e persegue o inimigo no seu próprio terreno. Como soldado de Cristo, o cristão tem que avançar contra Satanás, invadir seus domínios e arrebatar-lhe as pessoas que ele tem sob as suas garras. Paulo diz que "as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas de Deus, para destruir fortalezas" (II Coríntios 10:3-4). Não podemos deixar de reconhecer que por trás da Espada do Espírito há uma Pessoa, o Espírito Santo. Ele é quem torna poderosa a nossa espada na batalha. A Palavra de Deus se constitui das verdades, dos ensinos e das revelações de Deus
Não deixa de ser curioso que esta arma é de uso pessoal, exigindo valor e habilidade, pois a luta, com ela, se processa a curta distância. Combate-se de perto. Empunhar a espada, sem estar preparado, pode ser fatal. Já vimos que o Diabo conhece a Bíblia e a usa com muita artimanha. Aqui, pois, estão as seis peças que, em conjunto, perfazem toda a Armadura de Deus: o cinto da verdade e a couraça da justiça, o calçado do Evangelho e o escudo da fé, o capacete da salvação e a espada do Espírito. São a Armadura de Deus, pois é Ele quem a fornece. Mesmo assim, é nossa responsabilidade de tomá-la, vesti-la, e empregá-la com confiança contra os poderes do mal. Além disso, devemos ter a certeza de que faremos uso de todos os equipamentos da Armadura, e que não deixaremos de lado nenhum deles.

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