“FAZER TODAS AS COISAS COM MARIA”–Parte I

Eis o caminho para a perfeição espiritual!

São Luís Grignion de Montfort coloca o "Tratado" aos pés de Nossa Senhora (conjunto escultural na igreja dos Montfortanos em Roma)
Plinio Correa de Oliveira – grande líder católico do século XX
No Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem,
São Luís Maria Grignion de Montfort afirma que devemos fazer todas as coisas “com Maria, em Maria e por Maria”. Eis os comentários que a respeito fez o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira no “Santo do Dia” de 26/5/1972. O trecho introdutório, em itálico, é do autor do Tratado.
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”É mister fazer todas as ações com Maria, isto é, em todas ações olhar Maria como modelo acabado de todas as virtudes e perfeições que o Espírito Santo formou numa pura criatura, e imitá-lo na medida de nossa capacidade.
Cumpre, portanto, que em cada ação consideremos como Maria fez ou faria se estivesse em nosso lugar.
Devemos por isso examinar e meditar as grandes virtudes que Ela praticou durante a vida, especialmente:
”1º)Sua fé viva pela qual creu fiel e constantemente até o pé da cruz sobre o calvário;
2º) Sua humildade profunda que A levou a esconder-se e calar-se e submeter-se a tudo, e a colocar-se em último lugar,
3º) Sua pureza divinal que jamais teve nem terá semelhante sob o céu e, por fim, todas as outras virtudes.
”Lembrai-vos, repito em uma segunda vez, que Maria é o grande e único molde de Deus, próprio para fazer imagens vivas de Deus, com pouca despesa e com pouco tempo.
E que uma alma que encontrou este molde e que nele se perde, fica em breve inundada em Jesus Cristo aí representado ao natural.”






Fazer as ações com Maria é essencialmente ter Maria como modelo
O pensamento de fazer as ações com Maria é essencialmente ter Maria como modelo. Por que ter Maria como modelo é fazer as ações com Maria? Por que a palavra “com” se aplica aí?
Aplica-se por causa da ideia do molde, que ele desenvolve no Tratado da Verdadeira Devoção.
Ele mostra a diferença entre um estatuário esculpir uma estátua e uma pessoa fazer uma estátua com um molde: num molde de ferro, de metal ou de madeira o trabalho é muito mais simples, é só adaptar gesso ali, deixar que seque e sai a figura que se quer obter.
Enquanto que o trabalho do escultor – do estatuário que faz com formão e martelo a sua estátua – é um trabalho muito maior, muito mais arriscado; às vezes parte um pedaço do mármore, acontece uma coisa e outra; enquanto que fazendo no molde é rápido, é barato e é seguro porque é certo que a figura assim modelada sai parecida com o original.
É, portanto, como molde, é por meio do molde que nós fazemos essas estátuas.
Bem diz ele que Nossa Senhora é o molde de Nosso Senhor Jesus Cristo, e que Ela é também, para nós, o nosso molde.
Quer dizer, se nós nos modelarmos inteiramente conforme Ela, como Ela é o molde de Cristo – nós somos o gesso adaptado àquele molde – nós ficamos parecidos com Nosso Senhor Jesus Cristo.
E, então, ter a Ela como modelo é ter a Ela como molde; ter a Ela como molde é fazer tudo com Ela. Este é o sentido de fazer “com Ela”.
Ter Maria como modelo supõe um tipo de alma que o dia inteiro está a par do que acontece dentro de si mesma
Agora, como é que se tem Maria como modelo? Ele dá alguns elementos para isto.
O primeiro elemento é tê-la em vista em todas as ações que se pratica. O que supõe um hábito de vigilância interior, um hábito de meditação contínua.
Quer dizer, se eu, para cada ação que faço, devo ter Nossa Senhora como modelo, eu devo ter muita atenção posta em cada uma das minhas ações. É inevitável. Eu devo ver com clareza como é minha ação e devo saber analisar a minha ação. Ela é de acordo com Nossa Senhora ou não?
Então, supõe muita vigilância, muita atenção sobre mim mesmo; supõe que eu tenha um tipo de alma que o dia inteiro está a par do que acontece dentro de si mesma e capaz de formar um juízo sobre o que está fazendo.
Bem, de outro lado supõe que a alma conheça bem Nossa Senhora, tenha ideia de qual é o ideal que deve imitar.
Até, numa ordem inteiramente lógica, se deveria dizer a coisa de um modo diferente: primeiro, ter uma ideia clara do ideal que se deve imitar, e, em segundo lugar, saber ver em si mesmo se está de fato imitando aquele ideal.






















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