‘FAZER TODAS AS COISAS COM MARIA” - Parte II

Eis o caminho para a perfeição espiritual!

Plinio Correa de Oliveira – grande líder católico do século XX
Fé, humildade e pureza: virtudes eminentemente contra-revolucionárias
Então, ele indica a imitação das virtudes de Nossa Senhora e, na imitação dessas virtudes, indica três principais: a fé, a humildade e a pureza, três virtudes eminentemente contra-revolucionárias.
A fé é o fundamento de toda virtude, sem ela nenhuma virtude merece verdadeiramente ser chamada virtude.
Ela é a raiz de todas as virtudes, o que dá como resultado que quando uma planta não tem a raiz sadia, toda a planta padece, porque todo sistema de nutrição da planta, ou pelo menos grande parte de seu sistema de nutrição, fica prejudicado.
Assim também, a Igreja Católica é o solo. A nossa raiz é a fé com que nossas almas imergem neste solo bendito que é a Igreja Católica.
A fé é uma confiança em Deus, por onde, nas circunstâncias mais adversas, se está certo de que a bondade de Deus não nos desampara
O solo da Igreja católica é sempre fecundo, o problema é saber se nossa fé é viva, se a raiz de nossa virtude é viva. São Luís Grignion de Montfort toma a palavra fé em dois sentidos.
Ele a toma no sentido de crer em tudo que a Igreja ensina, mas também em outro sentido: é uma confiança em Deus por onde, nas circunstâncias mais adversas, se está certo de que a bondade de Deus não nos desampara.
E ele dá então o exemplo supremo no qual Nossa Senhora deu prova da fé em ambos os sentidos da palavra: Nossa Senhora ao pé da cruz, no alto do calvário.
Ela ali tinha, antes de tudo, uma prova para a fé, quer dizer, quanto à crença.
Porque é verdadeiramente terrível Ela, Mãe de Deus, sabendo que seu Filho era a vítima inocente por excelência, ver o Filho tratado como um perseguido pela justiça de Deus e dos homens.
A Paixão: aspecto misterioso da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo
Há um mistério em torno de Nosso Senhor, a partir do momento do Horto das Oliveiras, em que se tem a impressão de que toda a cólera do Pai Celeste, do Padre Eterno, se descarrega sobre Ele, e de que todas as coisas acontecem para fazê-Lo sofrer.
É uma sequência impressionante de tormentos e de dores que Ele atravessa com aquela grandeza, com aquela serenidade, com aquela resolução, com aquela determinação, que vai desde o momento em que começa a suar sangue e a ter pavor, até o momento em que exclama do alto da cruz: “Meu Pai, Meu Pai, por que Me abandonaste?” E depois disso,consumatum est, como quem diz: “A medida foi cheia, Eu bebi o cálice inteiro”.
Nossa Senhora, ou pelas revelações ou a partir do momento do encontro, assiste àquilo tudo e crê sem um minuto de vacilação.
Ela crê no que deve crer, quer dizer, que isto que parece uma injustiça pasmosa, é um pasmoso ato de justiça.
Que o Filho d’Ela se ofereceu para ser o expiador de todos os pecados do mundo, e que, portanto, a cólera merecida por todos os pecados do mundo se descarrega de fato sobre Ele.
E que sublimemente triturado pela cólera divina, Ele está com isto resgatando o mundo. Que isto tem um sentido altíssimo, profundíssimo, e que aí Ele realiza a missão d’Ele, e Ela realiza a
missão d’Ela.
Ela crê nisso o tempo inteiro e esta fé A mantém de pé junto à cruz, sem nenhuma vacilação. Mas, de outro lado, Ela tem uma confiança sem limites na bondade de Deus.
E Ela sabe que esses tormentos darão numa glória: darão na Ressurreição; darão na Ascensão; darão no Pentecostes; darão na glorificação do nome d’Ele em todas as épocas da História;
Darão naquele momento supremo de glória que é o fim do mundo, quando toda humanidade de todos os tempos estiver aos pés d’Ele e Ele pronunciar o juízo definitivo em função d’Ele: os que foram d’Ele vão para o Céu, os que não foram dEle vão para o inferno.
Quer dizer, toda esta imensidade de glória Ela sabia que era o prêmio que a bondade divina daria a tanta fidelidade. Ela estava ao pé da cruz, alimentada por essa esperança sublime, portanto na posição que Ela tinha tomado. Esta era Maria.

Comentários

Postagens mais visitadas