SANTA BERNADETTE: "EU NÃO SOU BOA PARA NADA!"


Posted: 07 Aug 2013 01:30 AM PDT
Santa Bernadette, Irmã Maria Bernarda, das freiras da Caridade

Santa Bernadette ingressou no convento Saint-Gildard, pertencente à Congregação das Irmãs da Caridade de Nevers, onde faleceu com a idade de 35 anos. Seu corpo incorrupto encontra-se ali exposto numa urna e capela especial.

Embora sua vida no convento tenha sido curta, ela deixou muitas lembranças.

Aquele convento era o noviciado das Irmãs da Caridade de Nevers. Após completarem sua formação, as religiosas novas eram encaminhadas a alguma das diversas casas da Ordem.

A distribuição pelos conventos da França era feita no próprio momento da profissão religiosa.

A superiora combinava previamente com o bispo o melhor destino para as freiras.

Na cerimônia, cada uma delas se apresentava ao arcebispo, e este lhe perguntava:

– “Vossa Caridade, para o que é que é boa?” – expressão francesa para dizer o que é que sabe fazer melhor.

A religiosa normalmente respondia: cuidar de doentes, educar crianças, cozinhar, costurar, etc., segundo sua experiência ou inclinação.

Após ouvir sua resposta, o arcebispo lhe indicava o convento para o qual estava destinada, entregava-lhe o Crucifixo da Ordem, o “Livro das Constituições” ou regra da Ordem, bem como a carta de obediência.

Porém, o caso de Santa Bernadette era complicado, pois ela era muito procurada por pessoas que queriam vê-la ou conhecê-la. 

Nessas condições, sua vida religiosa ficaria muito atrapalhada por visitantes a toda hora. 

A Superiora-geral, Madre Josefina Imbert, e o arcebispo de Nevers, Mons. Teodoro Agostinho Forcade, combinaram então um piedoso ardil para que ela ficasse sempre na clausura da Casa Mãe.


Sala do noviciado onde Santa Bernadette recebeu sua missão na Ordem
A profissão aconteceu em 30 de outubro de 1867. A turma de Santa era composta por 44 novas religiosas. Cada uma ia sendo chamada, tendo a cerimônia se repetido com cada uma. Santa Bernadette ficou para o fim.
Sentado num troneto, D. Forcade voltou-se para a Superiora-geral, Madre Josefina, e perguntou-lhe: 

– “E a irmã Maria-Bernarda?” (nome religioso de Santa Bernadette).

– “Monsenhor, ela não é boa para nada!”

Madre Josefina disse-o sorrindo e a meia voz, para que poucos ouvissem, segundo contou a irmã Caldairou.

Era a vez de Santa Bernadette, que se aproximou do prelado.

Ele falou em alta voz:

– “Irmã Maria-Bernarda, a lugar nenhum!”

E depois, voltando-se para a santa, perguntou:

– “É verdade, irmã Maria Bernarda, que Vossa Caridade não serve para nada?”

– “Isso é bem verdade”, respondeu Santa Bernadette.

– “Mas então, minha boa filha, o que é que Nós poderemos fazer com V.?”

– “Eu vos disse bem isso em Lourdes, quando Vossa Excelência quis que eu entrasse na comunidade; e V. E. respondeu que isso não tinha importância”.

Nesse momento a Superiora-geral interveio, e disse:


Enfermaria do convento onde trabalhou e morreu Santa Bernadette
– “Se Vós o desejais, Monsenhor, nós poderíamos conservá-la conosco por caridade na Casa Mãe, e empregá-la de alguma maneira na enfermaria, ainda que não seja só para fazer a limpeza e preparar as tisanas. Como ela está sempre doente esse será seu melhor lugar.”

Aquiescendo, o arcebispo voltou-se para Santa Bernadette.

– “Eu vou tentar”, respondeu ela.

O bispo tomou então um tom solene e determinou:

– “Eu vos dou a função da oração!”.

Após a cerimônia houve recreação, não tendo Santa Bernadette se mostrado nada ressentida ou ofendida.

A história posterior mostrou que fora a melhor decisão possível. 

Santa Bernadette empregou sua vida religiosa no cuidado das freiras doentes e morreu na mesma enfermagem que a viu santificar-se ainda mais.

Fonte de pesquisa:

Postagens mais visitadas