A VIDA DE ORAÇÃO E O APOSTOLADO

Descubra a relação que existe entre a vida de oração e o apostolado e por que este é tão importante para a nossa espiritualidade.

Nesta aula do curso “Ensina-nos a Orar”, Padre Paulo explica-nos por que a vida de oração está intimamente ligada com o apostolado: Neste curso, em que nós estamos aprendendo a orar, é necessário agora, já na reta final, nós amarrarmos as coisas, deixar uma coisa bem clara. Já acenamos algumas vezes para esta realidade. Mas, precisamos explicar, com muita clareza e muita insistência, o que faz com que progridamos na vida espiritual e sejamos verdadeiramente santos.

O encontro de São Paulo com Jesus Cristo à caminho de Damasco.

Não é o tipo de oração que estamos vivendo, mas é o tipo de vida que temos que nos fará santos. Se estamos seguindo todos os conselhos dados até agora a respeito da vida espiritual, mas olhamos para a nossa vida e vemos que ela não está mudando, deve haver alguma coisa profundamente errada no nosso jeito de rezar. Provavelmente há alguma coisa que temos que reformular, porque a oração bem-feita necessariamente muda as nossas vidas.

 

O exemplo de um verdadeiro apostolado

Em primeiro lugar, consideremos que nós somos cristãos. Não estamos aqui numa escola de meditações transcendentais, não estamos ensinando uma meditação budista.

A vida de oração se justifica por que ela vai nos transformando e nos configurando ao Cristo, de forma que possamos dizer com São Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). Vejamos os grandes exemplos espirituais, como São Paulo. Também chamado de Apóstolo dos Gentios, ele foi “atropelado” por Jesus no caminho de Damasco (cf. At 9, 1ss). Depois, ele foi para o deserto da Arábia e lá, não sabemos por quanto tempo, Paulo viveu uma vida de oração intensa (cf. At 9, 11). Saindo de lá, ele tornou-se um grande apóstolo (cf. At 9, 20-22). Ele deixou-se devorar pelos irmãos no seu apostolado: “caritas Christi urget nos” – “o amor de Cristo nos impele” (2 Cor 5,14), nos leva a fazer as coisas assombrosas que fez São Paulo.

O apostolado por amor a Jesus Cristo

Então, é importante nós entendermos isso, que o amor de Cristo nos leva a nos deixar devorar pelos irmãos. E isto nos leva a um ponto decisivo: tudo o que ensinamos até agora nos leva até a terceira morada. Se vivemos essa vida de oração, perseverante, como nós descrevemos até agora, chegaremos a um ponto em que nós, na terceira morada, vamos empacar e, empacado vamos entender que: ou Deus vem em nosso socorro; ou não vamos para frente.

O que é que nós precisamos fazer para desempacar? Perseveremos na oração, mas, sobretudo, tenhamos um apostolado para a salvação das almas, que seja verdadeiramente a caridade ardente pelo Cristo. Pois, se continuarmos dentro do nosso esquema de oração, mas não nos deixarmos incomodar pela caridade aos irmãos, não progrediremos.

A vida de apostolado e as nossas paixões

A vida de apostolado é necessária particularmente pelo fato de que é ela que coloca em ordem as nossas paixões. Nossa vida interior, poderíamos explicar em três andares: a inteligência, a vontade – que é aquilo que usamos quando rezamos – e as fantasias, que até conseguimos dominar através da virtude. Mas, mais embaixo dessas, tem uma coisa que não temos acesso – não somente durante a meditação e a oração, mas em nossa vida como um todo – que são as paixões desordenadas. Estas paixões só poderão ser ordenadas numa vida real, concreta, matando o egoísta que está dentro de nós.

A relação entre a contemplação e apostolado

Se somos verdadeiramente cristãos e profundamente contemplativos, seremos necessariamente apostólicos. Não existe a alternativa de ser apostólico ou contemplativo. Não! O caminho é este, esse é o caminho de São Paulo: o caminho de conversão, primeira morada; oração no deserto da Arábia, segunda morada; e depois uma vida de quem verdadeiramente se entregou pelos irmãos num apostolado fervoroso. Não estamos aqui dizendo que São Paulo estava só na terceira morada quando começou o apostolado. Estamos fazendo uma analogia para que entendamos que este é o caminho para todos. Este é o caminho que nos fará verdadeiramente contemplativos na ação.

A urgência da vida de apostolado

Portanto, não queiramos inverter as coisas. Não queiramos começar com o apostolado para depois rezar. Não vai funcionar. Tampouco, queiramos ter uma vida de oração que espera de braços cruzados a santidade, para um dia, quem sabe, ter um apostolado. Não! A ordem é essa: primeiro a conversão; depois a oração; e então, o apostolado. Mas, não esperemos muito. Ao estabelecer uma vida de oração constante e contínua, já vamos “arregaçando as mangas”, levando os outros para o Cristo. Porque, se na nossa vida de oração amamos Jesus, gostamos de dar a Ele o presente dos seus irmãos convertidos e santos.

Fonte: PADRE PAULO RICARDO.

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Fonte: Todo de Maria

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