LOURDES É O SINAL DO TRIUNFO DA IMACULADA CONCEIÇÃO

Beato Pio IX proclama o dogma da Imaculada Conceição, Sant'Andrea della Valle, Roma.

Em Lourdes, Nossa Senhora deixou uma grande mensagem: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Assim fazendo deu uma confirmação estrondosa do dogma da Imaculada Conceição proclamado pelo Bem-aventurado Papa Pio IX, na Bula “Ineffabilis Deus” de 8 de dezembro de 1854.
Nesse documento, o Beato Pio IX utilizou de modo explícito pela primeira vez o poder da infalibilidade que Jesus Cristo concedeu a São Pedro e a seus sucessores.
O fato é histórico e ficou valendo para sempre na Igreja Católica.
Proclamou solenemente o Papa:

”41. ... depois de implorarmos com gemidos o Espírito consolador; por sua inspiração, em honra da santa e indivisível Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a Nossa, declaramos, pronunciamos e definimos:
A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis.
42. Portanto, se alguém (que Deus não permita!) deliberadamente entende de pensar diversamente de quanto por Nós foi definido, conheça e saiba que está condenado pelo seu próprio juízo, que naufragou na fé, que se separou da unidade da Igreja, e que, além disso, incorreu por si, "ipso facto", nas penas estabelecidas pelas leis contra aquele que ousa manifestar oralmente ou por escrito, ou de qualquer outro modo externo, os erros que pensa no seu coração”.


Obviamente os inimigos da Igreja, externos e/ou internos, tentaram fazer chicana contra essa verdade de Fé.
Os bons católicos aderiram com entusiasmo a ela.

"Eu sou a Imaculada Conceição" (no dialeto de Santa Bernadette)

E, Nossa Senhora pôs fim à discussão aparecendo em Lourdes e dizendo: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
No mesmo momento abriu uma torrente de graças e milagres que perdura até hoje.
Ajuda-nos muito a compreender tudo o que Nossa Senhora quer nos comunicar em Lourdes, considerar os eventos que se deram em torno dessa magna proclamação do dogma da Imaculada Conceição.
O professor Roberto de Mattei, historiador de renome na Itália de hoje, descreveu o que se passou com a ciência e a ponderação que o caracterizam.
Deixamos a ele a palavra.

A 2 de fevereiro de 1849, o Pontífice — que a 1º de julho do ano precedente tinha nomeado uma comissão de teólogos para examinar a possibilidade e a oportunidade da definição — dirigia a todos os bispos do mundo a encíclica Ubi primum nullis, a fim de pedir o parecer de todo o episcopado católico sobre o mérito da definição. [...]
As respostas favoráveis dos bispos à encíclica foram 546 — sobre um total de 603 — isto é, mais de nove décimos.
Confortado, assim, pelo apoio do episcopado, além dos pareceres emitidos por uma congregação cardinalícia e uma comissão teológica, expressamente constituídas para esse fim, e da Coletânea redigida por outra comissão, sob a direção do cardeal Raffaele Fornari, com ‘argumentos para servir ao redator da Bula dogmática’, Pio IX anunciou, por fim, a 1º de dezembro de 1854, ao Sacro Colégio reunido em consistório secreto, a iminente proclamação do dogma da Imaculada Conceição, prevista para 8 do mesmo mês.
A Bula Ineffabilis Deus foi, assim, o resultado de nove esquemas sucessivamente elaborados, através da consulta feita a diversas comissões encarregadas do trabalho de preparação.


* * *

Sexta-feira, 8 de dezembro de 1854.
Desde as seis horas da manhã, as portas de São Pedro estiveram abertas, e, às oito, a imensa basílica já estava repleta de povo.
Na capela Sistina, onde estavam reunidos 53 cardeais, 43 arcebispos e 99 bispos, vindos de todo o mundo, teve início uma grande procissão litúrgica, que se dirigiu para o altar da Confissão, na basílica do Vaticano, onde Pio IX celebrou a Missa solene.
Ao terminar o canto do Evangelho em grego e latim, o Cardeal Macchi, deão do Sacro Colégio, assistido pelo mais idoso membro do episcopado latino, por um arcebispo grego e um armênio, veio prostrar-se aos pés do Pontífice implorando-lhe, em latim e com voz surpreendentemente enérgica para os seus 85 anos, o decreto ‘que haveria de ocasionar alegria no Céu e o maior entusiasmo em toda a Terra’.
Depois de entoar o Veni Creator, o Papa sentou-se no trono e, tendo na cabeça a tiara, leu em tom grave e voz forte a solene definição dogmática.

Proclamação do dogma da Imaculada Conceição.

Desde o momento em que o cardeal deão fez a súplica para a promulgação do dogma, até ao Te Deum que foi cantado depois da Missa, ao sinal dado por um tiro de canhão no Castelo de Sant’Angelo — durante uma hora, das 11 ao meio-dia — todos os sinos das igrejas de Roma tocaram festivamente para celebrar aquele dia que, como escreve Mons. Campana, ‘será até o fim dos séculos lembrado como um dos dias mais gloriosos da História. [...]
A importância deste ato não pode passar despercebida a ninguém. Foi a solene afirmação da vitalidade da Igreja, no momento em que a impiedade desenfreada se vangloriava de a ter quase destruído’.(1)
Todos os presentes afirmam que, no momento da proclamação do dogma, o rosto de Pio IX, banhado em lágrimas, foi iluminado por um feixe de luz que descia do alto.(2)
Mons. Piolanti, que estudou os testemunhos deixados pelos fiéis que presenciaram o fato, afirma, à luz da sua longa experiência na basílica do Vaticano, que em nenhum período do ano, muito menos em dezembro, é possível um raio de sol entrar por uma das janelas para iluminar qualquer ponto da abside onde se encontrava Pio IX,(3) e concorda com a descrição feita pela Madre Giulia Filippani, das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus, presente no momento da definição, segundo a qual não era possível explicar naturalmente o extraordinário clarão que iluminou o rosto de Pio IX e toda a abside: ‘Aquela luz — declara ela — foi atribuída por todos a uma causa sobrenatural’.(4)

Por: Luis Dufaur

Continua no próximo post: O dogma da Imaculada Conceição

Fonte: Lordes e suas Apariçoes

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