NOSSO SENHOR REZOU…

rezou MUITO, e nos ensinou pelo exemplo.

Orar foi o que Nosso Senhor mais fez na terra; devemos imitá-lo e orar em todos os momentos, para todos os fins, oferecendo tudo a Ele.

O Evangelista acentua claramente a atitude de Nosso Senhor, que veio para nos salvar. “Jesus começou a fazer e ensinar” (At. 1, 2).

Antes de pregar e ensinar a prática da virtude, revelou quanto ela é possível e fácil com o seu exemplo. Assim também, antes de dizer: “É preciso rezar sempre e não cessar de rezar”, ele próprio rezava. Vejamos como o Evangelho nos apresenta Jesus em oração.

Seu primeiro ato foi rezar

Aparecendo aqui no mundo, iniciando a sua vida mortal de Salvador dos homens, começou rezando. Não é esta uma afirmação gratuita. São Paulo na sua Epístola aos Hebreus afirma-o categoricamente.

Assim ele escreve: “Ele, Cristo, entrando no mundo diz: Tu não quiseste Hóstia nem oblação; mas me formaste um corpo; holocaustos pelos pecados não te agradam. Então eu disse: Eis que venho; no princípio do livro está escrito de mim: Para fazer, ó Deus, a tua vontade”. (Hb. 10, 5-7).

Terminados os 40 dias apenas do seu nascimento, sua mãe levou-o nos braços ao templo, para se apresentar ao Pai, assumindo a sua missão de Redentor. Por entre as orações do velho Simeão adora seu Pai e abandona-se à sua santíssima vontade.

Menino, vai todos os anos a Jerusalém adorar a seu Pai, cumprindo assim o preceito da lei mosaica. Sentia-se feliz, invadia-o uma sensação de prazer infinito, quando se achava em casa de seu Pai. “Não sabeis que eu devia estar em casa de meu Pai?” (Lc. 2, 50).

É preciso lembrarmos que ele rezava em Nazaré? Que santificava o dia e o trabalho por meio da oração? Que comparecia todos os sábados à Sinagoga?

Antes de fazer as suas pregações, retirou-se ao deserto, rezando e jejuando durante 40 dias e 40 noites. Na sua vida, quando aparecia em público, fazia realçar a importância da oração, praticando-a tanto de dia como de noite.

São Lucas chama a nossa atenção sobre a frequente oração de Jesus Cristo. Quantas vezes assim se expressa: Jesus retirava-se para rezar, ele no monte só, ou Jesus passava a noite em oração.

Fez orações antes de escolher os Apóstolos; ao fazer milagres – como a multiplicação dos pães – a ressurreição de Lázaro, – curando o surdo-mudo, etc., sempre os fazia acompanhado pela oração.

Comparecia às festas no templo; em meio da agitação dos sacrifícios e cercado da multidão, rezava a seu Pai, sendo alvo de admiração e veneração da parte dos discípulos e do povo devido à reverência e piedade que dispensava à oração.

Ao iniciar a sua oração, no jardim das Oliveiras, prosterna-se em oração humilde e suplicante, convidando os Apóstolos a que vigiassem e rezassem com ele. Caído por terra, o semblante unido ao chão, repetia três vezes a mesma oração.

Pregado à cruz rezava ao exalar o último suspiro, as suas derradeiras palavras foram uma oração: “Pai, em vossas mãos encomendo o meu espírito”
(Lc. 23, 46).

Quanta sublimidade encerrava a oração de Jesus! Quão agradável ecoou nos ouvidos do Pai!

Pois sintetizavam os mais puros sentimentos de filho dedicado, quando as fazia; encerravam a expressão sincera de reverência, de amor, de gratidão e de submissão. Era a adoração perfeita do mais perfeito coração!

Vejamos: Oração de agradecimento e de louvor: “Pai, eu vos bendigo. Pai, eu vos agradeço, porque me ouvistes (Jo.11, 41). Pai, não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a vossa (Lc. 22, 42).Quanta nobreza e elevação de pensamento.

Oração em que se achava conjugado todo o interesse que os homens lhe inspiravam. “Pedro, eu rezei por ti, para que a tua fé não vacilasse (Lc. 22, 32). Rezou pelos discípulos: “Por eles é que rogo (Jo. 17, 9). Pai, guardai-os”.

Oração de perdão: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem (Lc. 23, 34). Jesus em oração! Que quadro deslumbrante.

Oração santa, oração onipotente, gemidos do Coração amantíssimo, de um valor inestimável, cheios de doçura e repletos de graças! Ah! Se nos fosse dado compartilhar da suavidade sacrossanta que encerrava a oração do amantíssimo Salvador!

Nós participaríamos dessa felicidade! Quando Nosso Senhor, achando-se, alta noite, solitário na montanha, rezava pela humanidade, lembrava-se de ti, pensava em ti. Quando orava pera os discípulos, o teu nome estava aí incluído.

Crucificado, suplicava ao Pai perdão e misericórdia, o seu coração pensava em ti e orava por ti! Esta verdade consoladora nos enche de esperanças o cérebro e o coração! Que revelação cheia de atrativos! Jesus tem rezado por mim, lembrou-se de mim e, ainda mais, continua a rezar por mim! Será verdade?

É uma verdade incontestável! Pois então o que é que Ele faz na Santa Missa? Roga ao Pai por todos nós, por toda esta pobre humanidade, suplica por nós; defende-nos e nos obtém as maiores graças, o perdão dos nossos pecados e ainda mais a misericórdia de que tanto precisamos. Oferece-se ao Pai por nós, sendo a nossa vítima de expiação.

Que faz Jesus no tabernáculo dia e noite?

Suplica ao Pai por nós, e, quando dormimos, ou nos esquecemos, Ele não se esquece de nós, continuando a ser nosso Advogado junto ao Pai.

Assim o confirma São João: “Filhinhos meus, escrevo-vos essas coisas para que não pequeis. Mas caso alguém pecar, temos um advogado junto ao Pai: Jesus Cristo, justo. Pois Ele é a propiciação dos nossos pecados, mas não somente os nossos, mas também pelos de todo o mundo (1 Jo. 2, 1).

Oh! Quanta beleza se encerra na nossa santa religião! O Filho de Deus reza ao Pai por nós; é nosso Advogado, nosso Medianeiro, nosso Salvador! Dia e noite constituiu-se nosso defensor; em todas as nossas causas, obtendo-nos graças sobre graças!

Meu caro amigo, reflete nesta indiscutível verdade: Cristo reza, reza por ti. Não te sentes tentado a reunir a tua voz à dele?

Não queres acompanhá-lo, louvando, adorando e agradecendo a Deus, teu Pai, tantos benefícios que recebeste e pedir novos para a tua existência?

Tua oração será santificada por Jesus, que lhe emprestará força e valor, fazendo-a atingir ao trono do Pai! Quanta bondade se nos depara em todo esse quadro de incomparável perfeição! Quanto amor encerra todo este conjunto!

Se me fora possível saber rezar com o favor que requer a oração! Se me fosse dado louvar a Deus dignamente, pedindo-lhe graças! Se pudesse comprazer-me nas doçuras da oração para evitar que a achasse enfadonha, como seria feliz se na oração só desfrutasse a paz e alegrai da alma!

Amigo! Aproxima-te de Jesus. Ele te ensinará a rezar.

Fonte: retirado do livro “Assim deveis rezar” de “Mariófilo”.

Fonte: Associação apostolado do Sagrado Coração de Jesus

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