RUINAS DE MAGDALA, A CIDADE DE SANTA MADALENA ONDE JESUS PREGOU

Funcionário limpa mosaicos ornamentados no sítio arqueológico de Magdala, Israel
Uma tentativa de construir um hotel para peregrinos na Galileia acabou desencavando as ruínas da cidade natal de Santa Maria Madalena e uma antiga sinagoga onde Nosso Senhor Jesus Cristo pode muito bem ter pregado, noticiou “The New York Times”.
O padre Juan Solana, diretor do Instituto Centro Pontifício Notre Dame de Jerusalém, quis construir uma instalação para romeiros no lugar onde se ouviu a maior parte da pregação divina e se viu a maioria dos milagres de Jesus, segundo os Evangelhos.
Em 2009 um velho resort foi demolido, e quando se cavou a terra para colocar os alicerces, apareceram restos da cidade. Do ponto de vista arqueológico e histórico, a descoberta é relevante, pois não se conhecia ao certo o posicionamento de Magdala, (ou Migdal).
Somente os Evangelhos nos falam dessa cidade. Ela tinha deixado de existir e não faltou quem usasse a aparente contradição para impugnar a veracidade histórica da inspirada narração dos evangelistas.
A contradição também servia para alimentar a abstrusa afirmação de que Jesus e os Evangelhos, e também toda a Bíblia, não são históricos.
Tratar-se-ia, segundo esta teoria bizarra e anticristã, de mitos concebidos pelas primeiras comunidades cristãs para descrever suas experiências comunitárias. Um perfeito absurdo histórico, mas houve teólogos extraviados que deram forma sisuda a essa fantasia que mina as bases do cristianismo.
As autoridades da Igreja Católica e os arqueólogos enviados pela Autoridade de Antiguidades de Israel, a maior do país na matéria, não imaginavam encontrar nada de significativo no local.
Mas, a menos de meio metro abaixo da superfície, apareceu um banco de pedra que fez parte de uma sinagoga no século I.
Sabia-se que na região existiram sete sinagogas no período do Segundo Templo, mas nunca se encontrou nenhuma na Galileia.
Entre as ruínas, foi recuperada uma moeda datada no ano 29. Quer dizer, do tempo em que Jesus estava vivo e quiçá nem tinha começado sua vida pública. Para os especialistas, ficou claro que o local era a Magdala do Evangelho que estava perdida para a arqueologia.
Desde a primeira exumação de restos em 2009 até o presente, a escavação trouxe à luz um mercado; uma área presumivelmente destinada a salgar e secar peixes; uma casa grande ou edifício público com mosaicos, afrescos e três banhos rituais; uma colônia de pescadores e parte de um porto do século I.
9. Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios. (São Marcos 16, 9)
Piso ornamentado no sítio arqueológico de Migdal, Israel, onde porto e sinagoga foram encontrados
A descoberta fez mudar o projeto. Mas o centro já está concluído e tem vista para o porto e o mar da Galileia, onde aconteceram fatos narrados pelos evangelistas.
Na sinagoga foi encontrado um bloco de pedra com entalhes representando colunas e arcos, uma menorá (candelabro ritual) de sete braços e carruagens de fogo. Provavelmente foi usada como atril para ler a Torá, o livro sagrado judaico.
A pedra parece ser uma miniatura do Segundo Templo de Jerusalém, destruído pelos romanos no ano 70 e nunca mais reconstruído. O incêndio e arrasamento do Templo importou no fim do sacrifício hebraico, que cessou desde aquela data.
Esse sacrifício cruento foi substituído pelo sacrifício incruento operado na Missa instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo na Última Ceia.
Magdala fica a oito quilômetros de Cafarnaum, onde Jesus pregou intensamente.
A arqueóloga chefe dos trabalhos, Dina Gorni-Avshalom, da Israel Antiquities Authority, considera que há “indícios circunstanciais” suficientes para se supor que Jesus pisou essa sinagoga.
A capela do resort para peregrinos está consagrada a Santa Maria Madalena, a pecadora arrependida que é símbolo da Redenção da humanidade imersa nas trevas em virtude do pecado original.
Ela aparece num grande mosaico no momento em que Nosso Senhor expulsa de seu corpo sete demônios, tendo como fundo a antiga cidade de Magdala.
Esta descoberta da ciência corrobora em nós a Fé. E nos convida a meditar nos dramas que se deram no tempo em que as ruínas agora descobertas não eram ruínas, mas a movimentada cidade de Magdala.
Por exemplo, considerar a vida de Maria Madalena, cujo nome deriva dessa cidade. Ela morava lá com Lázaro, de quem era irmã.
Lázaro, segundo as tradições do Oriente, tinha uma categoria social não política, de príncipe. Portanto, suas irmãs Marta e Maria eram pessoas de alta categoria.
Infelizmente, Maria Madalena tinha se tornado uma pecadora pública. Mas, uma vez arrependida, passou a praticar a contemplação e a penitência com suma seriedade e profundidade.
Maria viveu exclusivamente voltada para a contemplação, e por isso Nosso Senhor disse dela que escolheu a parte melhor: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.(S. Lucas – 10, 41-42)
Podemos refletir sobre essas pessoas, a vida que levavam e como foram se transformando em função de Nosso Senhor. Todo esse drama aconteceu entre essas ruínas da Galileia.
Santa Maria Madalena, com a Cruz da penitência e o vaso do bálsamo preciosíssimo. Sevilha, Espanha
No fim da vida pública de Cristo, em Jerusalém, quando Santa Maria Madalena quebrou o vidro de perfume e começou a ungir os pés de Nosso Senhor, Judas criticou-a. Mas Jesus Nosso Senhor justificou a atitude dela.
Judas representou o contrário do arrependimento, e morreu no desespero, enforcando-se numa figueira. Santa Maria Madalena e Judas seguiram rumos diametralmente opostos.
Ela esteve ao pé da Cruz, enquanto Judas foi o apóstolo amaldiçoado. Santa Maria Madalena foi a primeira a presenciar a Ressurreição, enquanto ele se enforcou.
São antíteses tremendas entre um e outro. Pelo lado dela, o arrependimento, a pura contemplação e o desapego dos bens do mundo. Pelo lado dele, impenitência, desespero, apego aos bens do mundo, roubo, traição e, no fim, suicídio.
Judas também esteve em Magdala, ouviu as pregações divinas, assistiu aos milagres. Tudo isso aconteceu entre essas ruínas agora postas à luz do sol.
Houve um momento em que Judas esteve em estado de graça e Maria Madalena, em estado de pecado mortal. Ela saiu do pecado para subir até onde subiu.
E ele desceu da condição de apóstolo, para a qual havia sido convidado por Nosso Senhor, e precipitou-se para vender o seu divino Benfeitor.
Quanto pode uma alma que está no lodo subir, e quanto pode uma alma chamada ao que há de melhor cair!
As ruínas de Magdala nos ajudam a compor o cenário de tempo e lugar onde esse imenso drama em torno do Divino Redentor aconteceu.
Fonte: Ciência confirma Igreja



































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