A MEDITAÇÃO A PARTIR DE PEQUENOS PONTOS

Descubra como a meditação a partir de pequenos pontos pode nos ajudar a crescer na vida espiritual.

Nesta aula do curso “Ensina-nos a Orar”, Padre Paulo Ricardo nos explica como meditar a partir de pequenos. A tradição de meditar a partir de pequenos pontos já é uma prática consagrada na espiritualidade da Igreja Católica. Trata-se de um método muito simples, mas de riqueza e profundidade extraordinárias.

Descubra como a meditação a partir de pequenos pontos pode nos ajudar a crescer na vida espiritual. Santa Elisabete da Trindade

No início do curso, tratamos da leitura orante. Mas, a partir do momento que começamos realmente a progredir na meditação, aos poucos nos desprendemos dos livros e começamos a notar que podemos simplesmente pegar um ponto de meditação, ou seja, algo que é uma verdade. Então, meditamos sobre este ponto e vemos que aquilo consegue “plugar”, ou seja, conseguimos, de alguma forma, na fé, entrar em contato com aquela como uma verdade amorosa.

Livros com pequenos pontos meditativos

Há livros que não nos dão verdadeiramente todo um texto desenvolvido, mas simplesmente pontos para meditação. No início de nossa vida de oração, é importante pegarmos textos mais longos, que consigam aquecer o nosso coração. No entanto, quando nos habituamos à oração, bastam pequenos pontos de meditação. Inclusive, alguns métodos de meditação, como o de São Sulpício, recomendam que preparemos o ponto de meditação na noite anterior. Dormimos pensando naquela verdade e, no dia seguinte, fazemos a nossa oração de meditação, de tal forma que vamos tornando-nos independentes dos livros.

Um dos livros interessantes que colocam somente esses pontos meditativos é o famoso livrinho “Mensis Eucharisticus“, que é publicado aqui no Brasil pela CNBB, em português, com o texto em latim afronte. Na meditação, disposta para cada dia do mês, há duas partes: a primeira parte é uma preparação para a comunhão; e a segunda é para depois da comunhão, no momento da ação de graças.

A meditação na preparação para a comunhão

No ponto de preparação para a comunhão a coisa é muito simples. O livro simplesmente dispõe quem são as pessoas que se encontrarão na comunhão e a razão deste encontro: Quem vem? A quem vem? Por que vem?

Como exemplo, na primeira parte da preparação do sétimo dia tem o seguinte ponto de meditação: Quem vem? O Cristo esposo. O livro cita o texto do profeta Oséias, em que Deus escolhe a esposa, uma esposa que, no entanto, O trairá (cf. Os 2, 21-22).

Na segunda parte, temos a resposta à pergunta: a quem vem? À sua esposa infiel que fornicou com muitos amantes (cf. Jr 3, 1). E agora, diante desse drama, Deus é o esposo fiel e a esposa infiel somos nós. Estamos diante de uma Presença, veja como o autor deixa claro aquilo que dissemos anteriormente ser importante: a advertência de quem são as pessoas que se encontram. Tem que haver uma Presença, a presença Dele, de Esposo fiel e a nossa presença, de esposa infiel. Ao mesmo tempo, somos também levados a fazer um exame de consciência, que é uma coisa muito importante. Devemos perguntar humildemente quem somos nós, como estamos nos apresentando diante de Deus?

Na terceira parte, respondemos a pergunta: por que Ele vem? Não para dar uma carta de divórcio à esposa, que somos nós, mas para desposá-la novamente. Esta é uma verdade. Sendo assim, podemos participar de toda Santa Missa tendo esta verdade diante dos nossos olhos, essa verdade que vai preparando o nosso coração para receber Jesus na comunhão.

A meditação na ação de graças depois da comunhão

Para a ação de graças, o livro nos dá novamente outros três pontos, voltados para a meditação a respeito das virtudes teologais.

Primeira virtude teologal: a fé. Somos convidados a olhar com os olhos da fé o Cristo, que acabamos de receber como Esposo amabilíssimo (cf. Ez 16, 5-6; ao mesmo tempo, a olhar para a nossa alma como a esposa atraída por tantos dons do Esposo (cf. Os 14, 5). Então, agora houve um encontro, acreditamos neste encontro, que Ele nos toca como Esposo, que está unido a nós como a uma esposa.

Se o primeiro ponto foi a fé, o segundo é o amor: “Ama-O com toda liberdade”[1] (cf. 1 Cor 7, 4). Nesta segunda meditação, somos conduzidos para um ato de amor, um ato de fé, um ato de caridade.

Por fim, neste terceiro ponto, somos chamados a fazer um ato de esperança: “Pede o espírito de sabedoria”[2] (cf. Is 11, 2).

Dicas finais para uma meditação frutuosa

É interessante como o autor articula as coisas de forma que temos pontos para meditar sobre um mesmo tema. No entanto, não precisamos ficar presos no livro. Lemos uma frase e esta já nos conduz para uma oração frutuosa. Nesses pequenos pontos, podemos rezar até mesmo por horas, se quisermos.

 

Dicas de livros com pequenos pontos para meditação:

CNBB. Mensis EucharisticusMês Eucarístico.

QUADRANTE. Caminho.

QUADRANTE. Forja.

QUADRANTE. Sulco.

 

Links relacionados:

PADRE PAULO RICARDO. Aprenda a rezar rezando, com Padre Paulo Ricardo.

PADRE PAULO RICARDO. Projeto Terceira Morada.

TODO DE MARIA. Mudar de vida com o Projeto Segunda Morada.

TODO DE MARIA. Padre Paulo Ricardo ensina-nos a orar.

 

Referências:

[1]  CNBB. Mensis EucharisticusMês Eucarístico, 7.

[2] Idem, ibidem.

Fonte: Todo de Maria

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