MARIA, MÃE DE DEUS E MENSAGEIRA DA PAZ


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A Virgem Maria, Mãe de Deus, e a verdadeira mensagem de paz para o mundo atual.

A Santíssima Virgem Maria, celebrada no último dia da Oitava de Natal com o título de Mãe de Deus, tem se mostrado na história como verdadeira mensageira de paz para o mundo, especialmente em nossos dias. Neste sentido, é significativo que no primeiro dia do ano civil, no qual celebramos a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, também celebremos o Dia Mundial da Paz, a pedido do Papa Paulo VI, desde 1968. Pois, Nossa Senhora deu ao mundo não uma paz exterior e passageira, mas uma paz interior e eterna: Jesus Cristo, o “Príncipe da Paz”1. O Filho de Deus veio ao mundo nos dar a sua paz: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz”2. No entanto, fiquemos atentos, pois a paz que o Senhor nos dá não é a paz do mundo: “Não vo-la dou como o mundo a dá”3. Em outras passagens, o Senhor parece até Se contradizer a respeito, quando diz: “Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada”4. Na apresentação do Menino Jesus no Templo, o velho Simeão profetiza esta realidade a respeito da Mãe de Deus: “uma espada transpassará a tua alma”5. Esta foi uma realidade para Virgem de Nazaré e ainda é para nós, porque a paz que Jesus Cristo veio nos dar não é a paz do mundo, a ausência de problemas, mas a paz que a Sua presença nos dá. Nossa Senhora é mensageira da paz por que nos leva ao próprio Cristo, o Príncipe da Paz, e não à paz do mundo. Em Jesus Cristo nos reconciliamos com Deus e nisto consiste a verdadeira paz que Ele veio trazer à humanidade. Por isso, em várias aparições, especialmente em Fátima, em Portugal, a Virgem Santíssima pediu orações, penitências, sacrifícios, pelos pecadores: “Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores. Muitas almas vão para o inferno por não haver quem reze e se sacrifique por elas”6. Dessa forma, a Mãe de Deus nos convida a ser também mensageiros da paz, a levar Jesus Cristo e a Sua salvação aos pobres pecadores, muitos deles mergulhados na falsa paz do mundo. 
 

São Domingos de Gusmão e Nossa Senhora do Rosário

O Santo Rosário e a paz no mundo

Em várias aparições, a Mãe de Deus pediu insistentemente que rezássemos o Rosário. Esta oração Mariana e, ao mesmo tempo, cristocêntrica7, foi revelada no século XIII por Nossa Senhora a São Domingos de Gusmão, justamente num tempo no qual muitas almas corriam o risco de perder-se no inferno por causa da heresia dos cátaros. Além disso, os cátaros eram uma ameaça à paz, pois por vezes impunham suas heresias com ameaças e até violência física. Desde então, em várias aparições, Nossa senhora pediu insistentemente que rezássemos o Santo Rosário. Em Fátima, a Virgem Maria apareceu sob o título de Nossa Senhora do Rosário e insistiu muitas vezes aos três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta, que rezassem o Santo Terço, pela paz no mundo e pela salvação dos pecadores8. Sem dúvida, o Rosário da Virgem Maria é uma oração de extraordinária eficácia sobrenatural, comprovada pela história de São Domingos, grande pregador do Rosário, e de tantos outros santos e santas. Além disso, o Rosário foi proposto, por diversas vezes, por vários Papas, inclusive por São João Paulo II, como oração pela paz: “No início de um Milênio, que começou com as cenas assustadoras do atentado de 11 de Setembro de 2001 e que registra, cada dia, em tantas partes do mundo, novas situações de sangue e violência, descobrir novamente o Rosário significa mergulhar na contemplação do mistério d’Aquele que ‘é a nossa paz’, tendo feito ‘de dois povos um só, destruindo o muro da inimizade que os separava’”9. O Rosário é uma oração orientada para a paz, justamente por que sua essência é a contemplação de Cristo, o “Príncipe da Paz”10 e Aquele que é “a nossa paz”11. Quem acolhe o mistério de Cristo em sua vida, mistério que o Rosário contempla e nos chama a acolher, apreende o segredo da paz e dele faz um projeto de vida. Além disso, o carácter meditativo do Rosário, com a serena recitação das Ave-Marias, pacifica a nossa alma, predispondo-nos a receber e experimentar, no mais profundo de nosso coração e a espalhar ao nosso redor, aquela paz verdadeira, que é um dom especial do Ressuscitado12. Dessa forma, compreendemos que somos os primeiros beneficiados com a oração do Rosário. Entendemos também que a urgência de rezarmos pela paz no mundo e pelos pobres pecadores. Ademais, como mensageiros da paz, a exemplo de Nossa Senhora, nós também somos chamados a ensinar esta a outros esta oração.


A devoção dos cinco Primeiros Sábados e a paz no mundo

A Virgem Maria pediu a devoção da comunhão reparadora dos Primeiros Sábados em uma de suas aparições à Irmã Lúcia, no dia 10 de Dezembro de 1925, em Pontevedra, na Espanha. Nesta aparição, Nossa Senhora mostra seu Coração Imaculado cercado de espinhos e diz à Irmã Lúcia: “Olha, minha filha, o meu coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, procura consolar-me e diz que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação, a todos os que, no Primeiro Sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos 15 mistérios do Rosário com o fim de me desagravar”13. Estes espinhos no Coração Imaculado de Maria eram os nossos pecados, que feriam seu Coração de Mãe. Nossa Senhora pediu que praticássemos a devoção reparadora dos cinco Primeiros Sábados para tirar estes espinhos de seu Coração. Em recompensa, a Santíssima Virgem prometeu-nos “todas as graças necessárias para a salvação”14. Nos dois anos seguintes, Jesus apareceu a Irmã Lúcia mostrando seu Sagrado Coração e insistiu para que propagássemos esta devoção. A este respeito, Lúcia escreveu: “Da prática da devoção dos Primeiros Sábados, unida à consagração ao Imaculado Coração de Maria, depende a guerra ou a paz do mundo”15. Desse modo, compreendemos que também a prática e a propagação desta devoção dos cinco Primeiros Sábados é importantíssima para alcançarmos a salvação e a paz.


A consagração ao Imaculado Coração de Maria e a paz mundial

Como vimos, a guerra ou a paz do mundo depende da devoção dos cinco Primeiros Sábados unida com a consagração ao Imaculado Coração de Maria. Esta consagração pode ser feita através de uma das várias fórmulas de consagração existentes. No entanto, o método do livro “Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem”, criado e ensinado por São Luís Maria Grignion de Montfort, é comprovadamente o mais eficaz para a consagração a Nossa Senhora. Pois, este foi posto à prova num tempo de grande perseguição contra a Igreja, principalmente na França, a partir do século XVIII. O auge da perseguição aconteceu com a Revolução Francesa, na qual milhares de Padres, Religiosos e Religiosas foram mortos por causa da fé. As pessoas que haviam se consagrado pelo método de São Luís Maria não negaram a fé em Jesus Cristo, ainda que por isso pudessem perder suas vidas. Além desse, temos o testemunho de outros santos que se consagraram a Virgem Maria por este método: São João Maria Vianney (Cura d’Ars), São João Bosco (Dom Bosco), São Pio de Pietrelcina (Padre Pio), Santo Antônio de Santana Galvão (Frei Galvão) e muitos outros. Entretanto, o mais conhecido pela sua consagração total a Virgem Maria é certamente São João Paulo II. Este grande Pontífice compreendeu a importância desta consagração, por isso se consagrou, ainda na época do seminário, e foi um dos maiores propagadores desta devoção nos últimos tempos. Com o Santo Padre, a consagração a Santíssima Virgem tornou-se conhecida por todo mundo e hoje em dia esta devoção é praticada cada vez mais. Sem sombra de dúvida, a consagração a Jesus por Maria contribui eficazmente não só para a santificação e a salvação pessoal, mas também para a santificação e a salvação de muitos, como podemos comprovar pela sua extraordinária eficácia na vida dos santos que praticaram esta devoção. Estes conduziram muitos a Jesus Cristo e à salvação, e continuam a levar, através de suas obras e de seus méritos e preces. Como prometeu a Mãe de Deus, com a devoção dos Primeiros Sábados e a consagração ao Imaculado Coração de Maria acontecerá a reconciliação com Deus e a paz no mundo. Por isso, propaguemos e pratiquemos estas devoções ensinadas pela Santíssima Virgem para colaborar com a paz mundial e a salvação dos pecadores.


A Mãe de Deus: verdadeira mensageira da paz

Portanto, ao celebrar a Solenidade da Mãe de Deus e o Dia Mundial da Paz, nada mais justo que reconhecer a Virgem Maria como verdadeira mensageira da paz. Pois, Nossa Senhora não comunicou a paz do mundo, da ausência de conflitos e problemas, a paz sem Deus, mas nos comunicou Jesus Cristo, o “Príncipe da Paz”16, aquele que nos dá a verdadeira paz, que é a paz de Deus17. O que diferencia a verdadeira paz é que ela não nos deixa paralisados ou fechados em nós mesmos, como na falsa paz do mundo, mas nos leva ao encontro do próximo e ao sacrifício de nós mesmos, por amor a Deus. Quando a Virgem de Nazaré recebeu o Filho de Deus em seu ventre, a paz envolvente de Deus, que tomou conta de todo o seu ser, a fez partir apressadamente para a casa de sua prima Santa Isabel18. Pois, quando recebemos Jesus Cristo, e com Ele a Sua paz, somos impelidos pelo Espírito Santo a levar esta experiência a outros. Chegando à casa de São Zacarias, a Santíssima Virgem saudou sua prima Isabel provavelmente com a expressão hebraica Shalom, que significa o “desejo que se estabelecesse na vida do outro a tão esperada ‘realização messiânica’, ou seja, toda felicidade e paz que deveria advir com a chegada do Messias”19. Ao ouvir a saudação de Maria, João Batista estremeceu no ventre de Isabel, que ficou cheia do Espírito Santo20. Este primeiro milagre na ordem da graça aconteceu por que o “anúncio [da Virgem de Nazaré] não é formal, é plenamente profético e real, pois o Messias virá pelo seu seio. Por isso ao saudar com o Shalom, Maria o fez como ninguém antes poderia ter feito, pois ela trazia o Shalom do Pai comunicado ao mundo”21. Dessa forma, a Virgem Mãe de Deus é a verdadeira mensageira da paz, pois trouxe Jesus Cristo, o Shalom esperado pelos judeus, ao mundo. Esta é a paz que devemos pedir e comunicar ao mundo: Jesus Cristo, o Salvador da humanidade. No entanto, o instrumento que usaremos não será mais o Shalom, pois o Messias já veio ao mundo. Os instrumentos a Santíssima Virgem pediu que usássemos neste tempo são: o Santo Rosário, a devoção dos Primeiros Sábados e a consagração ao Imaculado Coração da Virgem Maria. Por estes, a paz de Jesus Cristo virá ao mundo e também aos nossos corações, e nos preparará para a Sua segunda e definitiva vinda. “Vem, Senhor Jesus!”22 Santa Maria, Mãe de Deus e Rainha da Paz, rogai por nós!

Natalino Ueda, escravo inútil de Jesus por Maria.

Links relacionados:  
TODO DE MARIA. A Mãe de Deus e o dom da paz.  
TODO DE MARIA. Maria, Mãe de Deus e nossa.


Referências:
1 Is 9, 5.
2 Jo 14, 27.
3 Idem, ibidem.
4 Mt 10, 34.
5 Lc 2, 35.
6 SANTUÁRIO FATIMA. Mensagem de Fátima.
7 A oração cristocêntrica tem Jesus Cristo como centro.
8 Cf. SANTUÁRIO FATIMA. Mensagem de Fátima.
9 PAPA JOÃO PAULO II. Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, 6. (Ef 2, 14)
10 Is 9, 5.
11 Ef 2, 14.
12 Cf. Jo 14, 27; 20, 21.
13 FÁTIMA. Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados.
14 Idem, ibibem.
15 Idem, ibibem.
16 Is 9, 5.
17 Cf. Jo 14, 27.
18 Cf. Lc 1, 39.
19 COMUNIDADE SHALOM. Visita de Maria à sua Prima Isabel.
20 Cf. Lc 40-41.
21 COMUNIDADE SHALOM. Op. cit.
22 Ap 22, 20.




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