OS SETE DOSN DO ESPÍRITO SANTO
Somente pela ação do Espírito Santo em nós é que podemos conquistar a santidade. É ele, que desde o Batismo vem habitar em nós para fazer-nos “templos do Deus vivo”; ou, como disse São Pedro, “pedras vivas, vós também vos tornais os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, a oferecer vítimas espirituais agradáveis a Deus, por Cristo” (1Pe 2,5).
O Espírito de Jesus habita em nós para fazer-nos imagens de Jesus, o Homem perfeito, o Santo.
“Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? … Porque o templo de Deus, que sois vós é santo” (1 Cor 3,16). “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual vos foi dado por Deus? (1 Cor 6,19).
Desde o Batismo o Espírito habita em nós com a Trindade Santíssima e nos dá os dons de santificação: Sabedoria, Ciência, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Piedade e Temor de Deus. A Igreja nos ensina que mediante esses dons o Espírito nos dirige para a santificação, na medida em que a nossa disposição coopera com a graça.
Pelo dom da Sabedoria, o Espírito nos capacita a conhecer a Deus na intimidade e também nos leva a conhecer a Sua vontade. Faz-nos perceber a mão de Deus em nossa vida, guiando os nossos passos.
Pelo Entendimento, ou Inteligência, nos leva a ver as pessoas e o mundo com os olhos de Deus, e não com a nossa “miopia humana”, que mais enxerga os defeitos e os erros do que as qualidades e as belezas das pessoas e das criaturas. Por esse dom somos levados a querer penetrar os mistérios de Deus e o seu conhecimento. Ainda menino no Mosteiro de Monte Cassino, São Tomás de Aquino já surpreendia os monges com essa pergunta: “Quem é Deus”?
O dom da Ciência nos leva a compreender e aceitar os planos de Deus revelados na Sagrada Escritura. Por esse dom muitos santos, embora quase analfabetos, tinham a ciência infusa das coisas de Deus. Santa Bernadete, a quem Nossa Senhora disse: “Eu Sou a Imaculada Conceição”, menina ainda, soube com grande ciência e acerto responder as perguntas capciosas que lhe faziam. Santa Catarina de Sena, embora analfabeta, nos deixou riquíssimos ensinamentos de doutrina, a ponto de ser declarada pela Igreja, Doutora, em 1970, pelo Papa Paulo VI.
O dom do Conselho nos faz sábios diante da vida e nos impulsiona a procurar a Deus e a levar os outros a Deus. Dom Bosco, quando ainda menino, fazia mil peripécias para divertir os seus amiguinhos, desde que depois eles rezassem juntos o Terço.
O dom da Fortaleza nos prepara para lutar contra as tentações e o pecado. Nos faz corajosos na defesa da fé, da “sã doutrina” (1 Tm 1,10) da Igreja, e nos ajuda a vencer as zombarias e o respeito humano. Houve na época do império romano um menino cristão chamado Tarcísio, que levava o Santíssimo Sacramento aos doentes; preferiu ser apedrejado e morto por meninos pagãos do que lhes entregar a Hóstia sagrada, para ser profanada. A Fortaleza também nos é dada para termos força e paciência para carregar a cruz de cada dia. Sem esse dom nos desesperamos diante do sofrimento e da dor.
A Piedade produz em nós o amor a Deus acima de tudo, afastando-nos de toda forma de idolatria (prazeres, amor ao dinheiro, status, fama, vanglória, poder, superstições, ocultismo, etc.) para adorar e servir somente a Deus. Faz-nos também vivermos como verdadeiros filhos de Deus, que ama o Pai com toda a sua vida: pensamentos, palavras e obras. É também o dom que nos leva e capacita à oração permanente e humilde que tudo alcança. Faz-nos curvar a cabeça e o coração diante das coisas sagradas. Move-nos a adorar a Deus e venerar os seus santos e anjos, e de modo especial a Nossa Senhora, Mãe de Deus.
O Temor de Deus não consiste em ter medo de Deus. Jesus nos revelou o grande amor de Deus na parábola do filho pródigo; o Pai sempre pronto a acolher e a perdoar o filho que o abandonou. Esse Temor é o receio de ofender a Deus por ser Ele tão bom e Santo. Não é medo de ofendê-lo e ser castigado, e sim receio de decepcioná-lo com o nosso pecado. Então, por amor a Deus, nos leva a fugir do pecado, já que este entristece a Deus, o decepciona.
Por: Prof. Felipe Aquino
Fonte: Editora Cléofas
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