PEÇO UM MILAGRE, OU NÃO PEÇO?
Devo pedir um milagre a Nossa Senhora de Lourdes?
Ou devo pôr nas mãos de Nossa Senhora e aceitar o que d’Ela vier com a paz no fundo do coração?
Acho que não fui só eu que se fez a pergunta. Ou que ainda está se fazendo.
Eu posso sonhar uma coisa santa que na realidade é apenas um sonho. E, portanto, não ser possível.
Como é que eu posso discernir a aspiração santa que me leva a esperar o milagre?
Ou, como perceber que a aspiração que julgo ser santa não é uma esperança bem encaminhada, mas um sonho por onde não vai passar o milagre?
Qual é a diferença entre ambas as coisas?
A resposta parece simples: a gente precisa ter motivos razoáveis para esperar que Deus faça o milagre por meio de Nossa Senhora.
Então, à vista dessas razões, nós podemos ter esperança do milagre.
Mas, em geral, quando a gente sente uma firme esperança do milagre, é porque há algum movimento interior da graça que nos dá uma segurança especial.
Esse movimento da graça é imponderável, mas sem ele o milagre não se realiza.
Então, os doentes vão naquela quantidade para Lourdes. E certo número deles se cura realmente.
Esses que se curam, foram para Lourdes porque esperavam o milagre.
A esperança deles era razoável?
Era. Porque Deus queria que eles fossem curados, em vista de razões que eles talvez conhecessem, ou sentissem no fundo de sua alma qualquer coisa que lhes dava uma fé muito grande de que eles seriam curados.
Por isso eram curados.
Mas muitos outros vão levados por Deus, que lhes inspira uma grande esperança.
E Deus os leva até Lourdes, até a boca do milagre, mas não são curados.
Por quê?
Porque Deus pôs a Fé deles à prova, e pediu a eles, por vozes interiores, na hora de beberem a água da Gruta, de entrarem na piscina, de participarem da procissão, da bênção do Santíssimo Sacramento, que oferecessem a renúncia deles à cura em favor de uma pessoa que não merecesse, mas que Deus queria curar.
Quem então foi o mais beneficiado? Aquele que pediu, confiou e foi curado?
Ou aquele que pediu, confiou, mas não foi curado e voltou com a alma cheia, sem saber que seu sacrifício tinha contribuído para a cura de alguém que ele não conhece, mas que Deus queria curar?
O mais beneficiado não foi quem Deus curou. Foi aquela alma de quem Deus tinha obtido esse ato heroico.
Então, compreende-se que a ida a Lourdes nunca é vã, nem é um sonho.
Voltou sem ser curado e na verdade foi o maior beneficiado. Mas beneficiado por um benefício diferente do que ele estava imaginando.
Mas foi até a Gruta, foi atendido em algo, e volta levando Lourdes na alma. É a saudade de Lourdes, que é uma espécie de saudade do Céu.
Ele aparentemente não teve resolvido o problema que o preocupava: saúde, dinheiro, família. etc.
Mas teve o início da solução de todos os problemas, e para toda a eternidade. Ele começou a viver o desejo do Céu, onde não há mais problema nenhum.
Mas quem foi lá com pouca Fé, por acaso, por turismo, com mau humor, colhe outro resultado e não é curado.
Por: Luis Dufaur
Fonte: Lourdes e suas Aparições
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