SÃO FRANCISCO DE ASSIS FOI UMA ALMA DE ORAÇÃO E CONTEMPLAÇÃO…–Parte II
Conheça os frutos das Orações de São Francisco - Parte II
A Oração de São Francisco produziu frutos magníficos...
Continuação do post: São Francisco foi uma alma de Oração e Contemplação… -Parte I
A oração contínua do nosso Santo produziu frutos abundantes e preciosos.
Ela acendera e mantinha sem cessar a imensa fogueira que lhe devorava o coração. “No fogo, o amor me lançou”, cantava Francisco.
Apesar dos seus esforços, nem sempre conseguia dominar a santa paixão que fervia dentro de si; por vezes, as pessoas viam uma chama que revelava o segredo da alma.
O Nome de Deus fazia-o estremecer: quando o ouvia pronunciar, não podia conter a emoção; o rosto corava; uma força misteriosa fazia-o mergulhar num recolhimento profundo.
O amor prova-se com obras; enquanto não ultrapassar a esfera das ternuras sensíveis, pode-se duvidar justificadamente da sua autenticidade.
A caridade perfeita torna a vontade do homem semelhante à de Deus: é esse o seu caráter essencial. São Francisco não o desconhecia; a sua única preocupação era realizar sem demora aquilo que o Senhor dele esperava.
Se tinha renunciado à vida mundana, se tinha, com o coração dilacerado partido da casa paterna, se tinha contraído com a dona Pobreza uma sublime aliança, não fora para obedecer às ordens do Alto? Como Cristo, Francisco podia dizer: “O meu alimento é fazer a vontade d’Aquele que Me enviou e realizar a sua obra”.
Francisco levou a aceitação da Vontade divina até o ponto culminante, o abandono total nas mãos da Providência. – Durante uma das suas doenças, teve grandes sofrimentos.
O religioso que estava ao lado do catre a cuidar dele mostrava uma compaixão exageradamente humana. “Meu pai – dizia – a provação não está a ser dura demais? Peça a Deus que o trate com menos rudeza”.
Estas palavras feriram o Santo na delicadeza do seu amor: deu um brado de dor e indignação.
Estranhava que não se reconhecesse no sofrimento um dom do Pai celeste, que está atento ao bem dos seus filhos.
Francisco colheu outro fruto da oração: a humildade.
Esta virtude fundamental é o sinal seguro da intervenção divina: quando uma alma entra em contato com Deus pelo toque da graça mística, conhece por experiência o nada da nossa miserável natureza.
Os Santos vivem como que esmagados pela noção do seu nada; quem não experimentou este sentimento nunca penetrou verdadeiramente na oração passiva.
Francisco estava profundamente unido a Deus; uma humildade prodigiosa lhe irradiava da alma.
Nos seus percursos apostólicos, as populações acorriam à sua passagem. Queriam vê-lo, ouvi-lo, receber-lhe a bênção; procuravam tocar-lhe a orla da túnica. Era venerado em vida como se veneram as relíquias dos Santos.
Ora, um dia, o entusiasmo popular manifestou-se com mais ardor do que o habitual e Francisco passou insensível por entre as ovações. Todavia, o seu companheiro, temendo que alguma tentação de vaidade o assaltasse, sentiu-se no dever de o avisar.
O Santo tranquilizou-o: estas homenagens, explicou, não podiam deter-se no nada de sua pessoa; dirigiam-se a Deus, que se dignava servir-se da sua miséria: aquilo só lhe servia para se humilhar ainda mais.
Assim compreendidas, aquelas aclamações não lhe pareciam exageradas; pareciam-lhe
até insuficientes.
Protestava quase sempre contra os elogios que lhe eram dirigidos. “Não se deve canonizar um homem antes da morte. – dizia com vivacidade – Ainda posso cair em pecado”.
Por outro lado, as manifestações de veneração faziam-no sofrer. Pensando que não as merecia, feriam-no na sua retidão.
Era tal, com efeito, a sua lealdade, que nem sequer suportava a sombra do fingimento. – “Ah! Vocês pensam que sou Santo!, exclamava um dia em que lhe tinham servido um frango por causa de seu estado de saúde. Os Santos mortificam-se; eu, pelo contrário, comi frango hoje”.
Continua…
Fonte: retirado do livro “São Francisco de Assis” do Rev. Pe. Thomas de Saint-Laurent.
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