DÚVIDAS EM JOSÉ
Maria com 3 meses de gravides,"noiva" , no período chamado "Condução", a gravidez era considerada legal.
Entretanto, José não estava entendendo o que ocorria com sua noiva. Mesmo com íntegra formação religiosa, tendo plena convicção das virtudes de MARIA, ficou confuso e perturbado, afinal, como justificar aquele acontecimento?
MARIA, entretanto, apesar de compreender e perceber o drama de José, sentiu interiormente que não devia tomar a iniciativa de explicar o fato, preferiu silenciar, porque na verdade o ocorrido estava no domínio de DEUS e ninguém melhor do que ELE para encontrar o momento oportuno a fim de providenciar os necessários esclarecimentos. Simplesmente confiou e esperou.
Mas sem compreender e não encontrando explicações para a gravidez de sua noiva, "José seu esposo, sendo justo e não querendo difama-la, resolveu repudia-la em segredo". (Mt 1,19)
Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o SENHOR havia dito pelo profeta: "Eis que a Virgem conceberá e dará luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel, que significa DEUS CONOSCO". (Is 7,14)
José ao despertar, agiu conforme o Anjo lhe ordenara, pois estava tranquilo, tinha recuperado totalmente o seu equilíbrio emocional, afastando para longe a tentação demoníaca que colocava a malícia em seu pensamento.
O CASAMENTO DE MARIA
Naquela época o Casamento era constituído de três partes: Desponsório (que era o Noivado), Condução (período intermediário) e as Bodas (Casamento propriamente dito).
No Desponsório era feito o Contrato de Casamento, que podia ser escrito ou oral. Em ambos os casos, na presença de testemunhas e quando também era combinado o que a noiva receberia de dote.
Entre os Esponsais (Noivado) e a Celebração das Bodas ou Núpcias, decorria um intervalo de tempo, que pela lei podia chegar até doze meses. Este período chamava-se Condução. Nele, os noivos viviam separados, mas podiam usar de direitos matrimoniais, pois o Contrato de Casamento outorgava posse no sentido estrito, e por isso, se chegassem a ter filhos neste período, a prole era considerada legítima.
No dia acertado para a Celebração das Bodas, o esposo ia a tarde, em traje de gala, acompanhado de amigos e músicos à casa da noiva. Formava-se então o cortejo, um espetáculo de grande pompa e júbilo. Enquanto grupos de virgens dançavam e entoavam epitalâmios, trazendo uma grinalda de flores numa das mãos e uma lâmpada acesa na outra, címbalos, tambores, pífaros e flautas, em estrondosa algazarra, convidava o povo à participar da mesma alegria. O clímax de todo Casamento era o banquete. Apenas os esposos entravam no seu domicílio, começava o Banquete Matrimonial que geralmente durava uma semana, e era sempre cenário de muita confraternização entre os participantes.
Por certo, assim também foi o Casamento de José e MARIA.
territórios ocupados. Na terra dos judeus o recenseamento foi realizado sob a orientação do Governador da Síria, Públio Suplício Quirino, o qual determinou que cada pessoa era obrigada a se inscrever no posto militar instalado na cidade onde nasceu.
José que tinha nascido em Belém, viajou para lá com a esposa, para cumprir um dever cívico e atender a ordem emanada do poder romano, muito embora MARIA já se encontrasse no final da gravidez.
Por essa razão a viagem não foi em caravana, devem ter utilizado atalhos e caminhos secundários, para não transitarem pela estrada principal. Deve ter sido uma viagem calma, bem vagarosa, somente o casal utilizando burricos mansos, com diversas paradas e pernoites, em locais ermos onde não despertassem atenções.
Assim, com paciência e todas as dificuldades do percurso, venceram o trecho mais perigoso e repleto de riscos, entre Nazaré e Jerusalém, e logo seguiram para Belém, distante apenas 8 quilômetros.
Como não existia hotéis, a hospedagem era feita em casa de parentes e amigos, ou em cabanas de tecido, ou em grutas ou no "Khan" (Cão Palestinense). Este era um tipo de albergue onde abrigavam as caravanas e os viajantes, porque ali ficavam resguardados dos ladrões e bandidos. Sua construção era feita com pedras e argamassa e tinha o formato retangular, com muros bem altos e uma única porta. Encima dos muros existia duas ou três vigias, onde ficavam guardas armados.
Internamente junto ao muro havia uma cobertura em meia-água, de um tipo de lona, onde se abrigavam as pessoas. Os animais e as cargas ficavam ao ar livre, ocupando a parte central do Cão.
Assim que chegaram, José munido de suas ferramentas, tratou de proteger convenientemente a sua moradia. MARIA depois que descansou, ajudou na limpeza do local.
"Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na estalagem". (Lc 2,6-7) Sim, porque na estalagem o lugar era por demais público para nascer o FILHO DE DEUS.
E assim, cumpria-se mais uma profecia sobre o nascimento de JESUS, o CRISTO SALVADOR: "E o Verbo se fez Homem e habitou entre nós". (Jo 1,14)
Terminada aquela movimentação de pessoas, por causa do recenseamento, a Sagrada Família mudou-se para uma pequena casa onde passaram a viver.